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Co-living, uma forma diferente de estar e viverCo-living, uma forma diferente de estar e viver

Co-living, uma forma diferente de estar e viver

Co-living, uma forma diferente de estar e viver

É uma das grandes tendências na habitação. O co-living está a dar os primeiros passos em Portugal. Conheça esta forma de estar e de viver que está a conquistar cada vez mais adeptos.

Partilhar um mesmo espaço e simultaneamente criar um ambiente que inspire os vários residentes a serem mais participantes no mundo que os rodeia e na comunidade, promovendo a integração e um estilo de vida mais sustentável através do uso eficiente de espaço e recursos. É esta a premissa do co-living, também designado por co-housing ou residência colaborativa, que pretende reunir num mesmo espaço pessoas com os mesmos interesses e valores. Embora um conceito inspirado nas residências estudantis, o co-living assenta em premissas como comunidade a par da individualidade; intencionalidade sobre a apatia; abertura e colaboração sobre a competição; partilha sobre o consumo, etc.

Ainda um conceito de nicho, apesar de ter surgido inicialmente na Europa, na década de 1970, o co-living foi todavia uma das tendências marcantes do consumo no ano passado, de acordo com a Euromonitor International. Segundo esta empresa de pesquisa de mercado, “a tendência do co-living tem crescido entre os millennials e os maiores de 65 anos”, um crescimento em parte devido ao facto de o co-living permitir o acesso à habitação de forma mais economicamente acessível, com conforto e boas condições. Para as pessoas mais idosas, esta modalidade de habitação é também cada vez mais uma alternativa à institucionalização em lares e uma forma de combater a solidão e o isolamento de que são frequentemente vítimas.

Era uma vez na Dinamarca

A Dinamarca foi o primeiro país a desenvolver um projeto de co-housing, denominado Sættedammen. Nascida em 1972, esta comunidade reuniu 35 famílias, 60 adultos e 20 crianças numa área residencial com espaços privados (as moradias) e áreas de convivência, que eram partilhadas diariamente, no jantar “comunitário”, por exemplo, na celebração de datas festivas e eventos culturais ou atividades de interesse comum que visavam a aproximação e relacionamento entre vizinhos, garantindo o equilíbrio entre o espaço privado/intimidade e o espaço público/coletivo.

Desde então, tem-se vindo a assistir à multiplicação deste modelo habitacional, muitos pelas mãos da Cohousing Company e a um interesse crescente por parte do público.

Por cá

Apesar de entre nós, o co-living estar ainda algo restrito às comunidades estudantis, tudo indica que tenha já começado a captar a atenção de um público mais vasto, como aconteceu aliás com os espaços de co-working. Esta foi pelo menos a intenção da conferência internacional “Cohousing em Portugal – Viver Sustentável”, realizada no passado mês de fevereiro no Porto, cidade que já começou a dar os primeiros passos nesta área, com as Residências Partilhadas Seniores, entre outros.

Em Lisboa, começaram também a surgir os primeiros projetos. Existe já um no Bairro Padre Cruz, por exemplo, e crê-se que a curto/médio prazo outros se lhe juntem, até porque como investimento, o co-living pode representar uma excelente oportunidade de negócio.