Evolução prevista nos preços em 2021

Com a economia ainda a ressentir-se com a pandemia, não se preveem para 2021 grandes alterações nem nos preços nem nos rendimentos dos portugueses. Uma boa notícia é a redução do custo da eletricidade. Já as rendas mantêm-se.

Passado um mês do início de mais um ano fortemente afetado pela Covid-19, especialmente no nosso país, com números de novos casos a baterem recordes, é previsível que a economia se mantenha bastante longe dos níveis anteriores à pandemia com o consequente acompanhamento dos rendimentos dos portugueses, alvo de subida moderada, a começar pelo salário mínimo, que passa de 635€ para 665€. Além deste, só os salários até 800€ terão aumentos este ano.

Energia

No geral, o início de 2021 não coincidirá com grandes atualizações de preços, ao contrário do que tem vindo a acontecer noutros anos. A eletricidade é uma das exceções neste panorama, no bom sentido, já que mais uma vez tem uma descida no custo: as famílias com tarifas reguladas terão um alívio de 0,6% em janeiro (no caso das que se encontrem no mercado livre, a variação dependerá do fornecedor).

O gás natural só tem atualização em outubro, pelo que até lá não se verificarão alterações.

Água

No que respeita à água, apesar da probabilidade de aumentos no custo, fruto do também aumento das taxas de gestão de resíduos (de 11€ para 22€ por tonelada), alguns municípios como Amadora, Porto ou Sintra optaram por manter os preços em 2021; outros vão subi-los, caso, por exemplo, de Setúbal, com um aumento previsto de 0,79%.

Rendas

Entre as boas notícias está também o facto de as rendas não sofrerem alteração, de acordo com o coeficiente de atualização dos diversos tipos de rendas (urbano e rural) estabelecido para 2021. Este coeficiente, que é divulgado anualmente, no mês de outubro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), define a atualização do valor das rendas em função da inflação (sem habitação) e foi fixado em 0,9997 para 2021. Dado ter ficado abaixo de 1, as rendas não podem sofrer qualquer aumento.

Comissões bancárias

O início de 2021 dita também o fim da cobrança de algumas comissões bancárias relacionadas com contratos de crédito. Outra alteração é a possibilidade de os titulares de contas de serviços mínimos poderem fazer mensalmente mais cinco transferências gratuitas de montante não superior a 30€.

No que toca ao MBWay, não poderão ser cobradas comissões por transferências cujo montante não ultrapasse os 30€, até ao valor mensal total de 150€, ou 25 transferências realizadas no mesmo mês, de acordo com o Banco de Portugal.

Deslocações

Os bilhetes e os passes nos transportes públicos de passageiros vão manter os preços sem alterações, exceção feita ao serviço do Alfa Pendular da CP, alvo de um aumento de 0,5%.

No que toca aos combustíveis, pode-se contar com uma subida de 0,01€/litro devido ao aumento da taxa de carbono e, naturalmente, com as oscilações decorrentes das variações semanais do preço do petróleo.

Inalterável vai ficar o imposto sobre veículos (ISV), cobrado aquando da aquisição de carros novos, havendo contudo novidades no que respeita aos ISV dos veículos importados usados, que vai baixar.

Quanto aos híbridos, todos aqueles que não cheguem aos 50 km de autonomia elétrica e/ou emitam mais de 50 g/km de CO2, perdem os benefícios fiscais. Em termos práticos, isto significa encarecimento dos preços para vários modelos.

O valor das portagens não sofrerá alterações.

Telecomunicações

Com o teletrabalho e o ensino à distância, as telecomunicações têm um papel de destaque nas casas dos portugueses. Se usufrui dos serviços da Vodafone ou da NOS, não será surpreendido com aumentos nas faturas; o mesmo não acontece no caso da MEO, que atualizou os tarifários no início do ano, de acordo com o previsto contratualmente.

Pão

Uma má notícia para muitas pessoas é a grande probabilidade de subida do preço do pão. Na origem deste encarecimento estará o aumento do salário mínimo e das matérias-primas, o que se traduz em valores operacionais mais elevados e consequente aumento para os consumidores.

Tabaco

2021 poderá ser um bom ano para se deixar de fumar, já que o tabaco é um dos produtos cujo preço terá um agravamento devido à alteração da fórmula de cálculo do Imposto sobre o Tabaco (IT), traduzindo-se em cerca de 10 cêntimos por maço no preço de venda ao público.