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Mulher a fazer poupança ao colocar dinheiro num mealheiroMulher a fazer poupança ao colocar dinheiro num mealheiro

Onde investir dinheiro e rentabilizar poupança: várias opções adequadas a cada perfil

Onde investir dinheiro e rentabilizar poupança: várias opções adequadas a cada perfil

Quando se trata de investimentos financeiros, a maioria dos portugueses continua a optar por depósitos a prazo, a taxas reduzidas, inferiores por norma à inflação. Isto significa que o rendimento não é muito, o que impacta negativamente o poder de compra. Saiba como e onde investir o dinheiro de forma mais vantajosa para as suas poupanças.

Avessos por norma ao risco quando se trata de investir dinheiro, são muitos os portugueses que escolhem os depósitos a prazo como solução de poupança. Todavia, como as taxas de juro destes depósitos tendem a ser baixas, por vezes até inferiores ou muito próximas da inflação (2,1% em setembro último), se optar por este tipo de depósito, não estará a fazer o seu dinheiro trabalhar para si, arriscando-se igualmente a não ver o seu poder de compra aumentar.

Assim, se quiser ver o seu dinheiro crescer, deverá apostar em produtos financeiros com taxas de juro superiores à da inflação. Antes, no entanto, deverá conhecer o seu perfil de investidor, para que possa escolher produtos financeiros que correspondam às suas expectativas e que lhe permitam investir o seu dinheiro com confiança.

Perfil de investidor: sabe qual é o seu e porque é importante?

O perfil de investidor é uma avaliação das caraterísticas pessoais de um indivíduo que vão influenciá-lo na tomada de decisões na hora de investir dinheiro em produtos financeiros, para que estes possam corresponder às suas expectativas de rendibilidade e tolerância ao risco. Nesta avaliação entram fatores como:

  • os objetivos financeiros: aquilo que se pretende alcançar com o investimento, como melhor reforma ou aquisição de um imóvel, por exemplo, etc.;
  • o horizonte de tempo: período durante o qual o investidor está disposto a manter os investimentos;
  • a tolerância ao risco: a capacidade e a disposição do investidor para enfrentar a volatilidade e possíveis perdas;
  • a experiência: o conhecimento do investidor sobre o mercado financeiro e produtos de investimento.

A avaliação normalmente classifica os investidores em três perfis:

  • Conservador: Prefere segurança e evita riscos, optando por investimentos financeiros de baixo risco, com capital garantido.
  • Moderado: Aceita um nível moderado de risco em troca de um retorno maior, diversificando os investimentos entre rentabilidade fixa e variável.
  • Agressivo: Assume riscos significativos em busca de retornos mais elevados, investindo em ações e outros ativos voláteis.

O perfil de investidor não é estanque, podendo alterar-se ao longo do tempo. Uma coisa é, no entanto, certa: os produtos financeiros devem ser escolhidos de acordo com o perfil do investidor; só assim poderão responder às suas expectativas e evitar que se sinta defraudado.

Quer rentabilizar o seu dinheiro, mas tem dúvidas onde investir? Escolha produtos com taxas de juro superiores à inflação

Definido o seu perfil de investidor, a chave para pôr o seu dinheiro a trabalhar para si é investir em produtos financeiros cuja taxa de juro seja superior à da inflação e, naturalmente, que correspondam às suas expectativas dentro do risco que quer correr.

Não menos importante, procure diversificar a sua carteira de produtos financeiros (o ideal é investir dinheiro em diferentes produtos financeiros de diferentes bancos), isto se não forem todos de capital garantindo. Desta forma poderá não só minimizar os riscos como otimizar os seus ganhos.

Apresentamos algumas opções de investimento adequadas a diferentes perfis de investidor. É importante que conheça as características de cada produto, desde a sua rentabilidade potencial e riscos associados, até à sua liquidez e prazos de aplicação, para que decida onde investir o seu dinheiro de forma informada e alinhada com os seus objetivos financeiros.

Certificados de Aforro

Para os perfis mais conservadores, os Certificados de Aforro (CA) podem ser uma opção de investimento interessante. Trata-se de títulos de dívida pública, com risco “quase nulo”, segundo a DECO, juros mensais com capitalização trimestral, além de prémios de permanência. A taxa de juro é calculada com base na Euribor a 3 meses + 1%.

Certificados do Tesouro

Tal como os Certificados de Aforro, os Certificados do Tesouro são também títulos de dívida pública, mas com algumas diferenças importantes. Exigem um investimento mínimo de 1000€ e apresentam menor liquidez, prazos de manutenção mais longos e um prazo de vencimento de juros mais alargado (um ano, em comparação com os três meses dos CA).

Obrigações do Tesouro

Se procura onde investir o seu dinheiro, as Obrigações do Tesouro (OT), outro instrumento que o Estado tem para se financiar, são também uma opção a considerar. São títulos da dívida pública de longo prazo, com prazos de maturidade que variam entre um e 50 anos. Oferecem juros periódicos (ou não) e são reembolsáveis no vencimento pelo seu valor nominal. Embora sejam principalmente direcionadas a instituições, também podem ser adquiridas por particulares em bolsa.

Planos Poupança Reforma (PPR)

Um bom investimento são também os PPR, criados para fomentar a poupança para a reforma e garantir uma maior segurança financeira para poder desfrutar plenamente do tempo livre a fazer aquilo de mais se gosta. Além disso não exigem montantes altos de investimento, sendo possível o investidor escolher o montante e a sua regularidade.

Leia também: Reforçar o PPR, sim ou não?

Seguros de Capitalização

Quando falamos de seguros de capitalização, falamos de produtos financeiros concebidos para permitir criar uma poupança, mediante entregas pontuais ou vários investimentos programados, um pouco à semelhança do que acontece com os PPR. Em vez de cobrirem riscos, como acontece com os seguros “normais”, funcionam como seguros de vida e poupança. São produtos com capital garantido, na sua maioria, que além do capital investido garantem a respetiva remuneração, em caso de morte, aos beneficiários.

Em termos fiscais, a sua tributação vai diminuindo ao longo do investimentos, sendo no entanto necessário estar atento às comissões de subscrição e de resgate.

Obrigações

Definidas pelo Banco de Portugal como “instrumentos financeiros que representam um empréstimo contraído junto dos investidores pela entidade que os emite. Os emitentes podem ser empresas, Estados [caso das Obrigações do Tesouro referidas anteriormente] ou outras entidades públicas ou privadas”, as obrigações podem ter ou não capital garantido, apresentando taxas superiores às da inflação. “No fim do prazo do empréstimo definido na emissão das obrigações, o investidor tem direito a receber o valor que inicialmente investiu. Até à maturidade o investidor tem direito a receber o rendimento (cupão) que lhe esteja associado”, adianta a mesma entidade.

Um dos riscos de investir em obrigações é a eventualidade de insolvência da entidade que emite as obrigações, o que significa que, ao contrário do inicialmente previsto, o investidor poderá não receber nem valor investido nem os cupões.

Ações

Se procura onde investir dinheiro e tem um perfil de investidor com maior tolerância ao risco, as ações podem ser uma opção a considerar.  Uma ação é um título que representa uma parcela do capital social de uma empresa. Ao adquirir uma ou mais ações, torna-se acionista da empresa e vai depender da boa (ou não) gestão da empresa, refletindo os lucros e as perdas da mesma. Isto significa que as ações  “são ativos cujo preço está sujeito a constantes variações, existindo a possibilidade de queda da cotação para valores inferiores ao preço a que foram adquiridas”, explica o Banco de Portugal. Ou seja, trata-se de um produto de risco que pode trazer grandes lucros mas também perdas. Para lucrar com ações, pode negocia-las, vendendo-as quando a cotação sobre, por exemplo, ou através de dividendos da empresa, i.e., distribuição de lucros sob a forma de dividendos aos acionistas.

Fundos de Investimento

Uma forma de ter ativos diversificados sem necessitar de investir muito dinheiro são os Fundos de Investimento, que podem abranger um número considerável de ações e obrigações. Trata-se de um produto financeiro coletivo que, de uma forma simples, agrega o dinheiro de vários investidores (captação de capital de vários investidores) para o aplicar em diferentes produtos financeiros e mercados. São administrados por gestores profissionais e, posteriormente os rendimentos obtidos são distribuídos proporcionalmente pelos vários investidores. Para ter acesso é necessário subscrever unidades de participação desses fundos.

Apesar de geralmente não terem capital garantido podem possibilitar retornos muito atrativos, mas não isentos de risco, dado estarem sujeitos às oscilações do mercado e flutuações de preço.

Imobiliário

O imobiliário é um setor que tem vindo a tornar-se atrativo como investimento financeiro para quem depois escolhe arrendar os imóveis adquiridos. A rentabilidade dependerá naturalmente do retorno financeiro conseguido, ao qual há que retirar despesas fiscais e custos de manutenção, incluindo seguros, condomínio, etc.

Tome nota

Deve decidir onde investir o dinheiro de forma prudente. Para maior segurança o dinheiro investido deve ser proporcionalmente inverso ao risco, ou seja, o investimento nos produtos financeiros de maior risco deve ser reduzido e, não menos importante, na hora de investir dinheiro, só deverá investir em montantes de que não vai necessitar a curto e médio prazo.

Deverá também evitar investir em produtos que não conheça, cujo modo de funcionamento não compreenda ou que pareçam demasiado bons para serem verdade.

Em caso de dúvida informe-se sempre com quem domine esta área; conhecidos e amigos (a não ser que sejam especialistas no assunto) e influencers não devem ser encarados como fontes credíveis/idóneas.