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Literacia financeira, um investimento com retornoLiteracia financeira, um investimento com retorno

Literacia financeira, um investimento com retorno

Literacia financeira, um investimento com retorno

8 de setembro é a data escolhida para se celebrar anualmente o Dia Internacional da Literacia, na qual se englobam entre outras a literacia tradicional, a de saúde, a digital ou a financeira, essencial para uma gestão eficaz das finanças pessoais.

No artigo A comunicação do BCE com o público em geral, publicado recentemente no boletim do Banco Central Europeu, o nosso país apresentava níveis preocupantes de literacia financeira – o último lugar no ranking de literacia financeira na Zona Euro; nos primeiros lugares, estavam a Alemanha, Países Baixos e Finlândia. Apesar de se tratar de dados de 2020, este cenário manter-se-á provavelmente hoje em dia, sendo urgente combatê-lo. Níveis baixos de literacia financeira comprometem não só o equilíbrio das finanças pessoais como a relação com inúmeros aspetos cruciais para a vida de todos os dias, desde o simples cartão de crédito e/ou débito a empréstimos, seguros e investimentos, por exemplo.  

Literacia financeira, o que é?

Trata-se da educação e compreensão das várias questões relacionadas com o dinheiro, a sua gestão e consumo consciente, sistema bancário, poupança e investimento, entre outras, com vista a facilitar a tomada de decisões relativamente às finanças pessoais e desenvolvimento de competências relacionadas com orçamento familiar, empréstimos, planeamento de reforma, prevenção de fraude, etc.

Níveis baixos de literacia financeira estão normalmente associados a escolhas más ou questionáveis no que diz respeito às finanças pessoais, com impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos.

Dado o seu papel na estabilidade financeira de cada um de nós, investir em literacia financeira é essencial. Não só garante um melhor relacionamento com o dinheiro a todos os níveis, como assegura uma boa gestão do mesmo, o que a médio e longo prazo se traduz numa melhor estabilidade económica, mas também maior capacidade de lidar com imprevistos.

O papel dos pais

A educação financeira deve começar em casa desde cedo. Perceber o valor do dinheiro é algo que uma criança de 4 anos já tem capacidade. Explicar-lhes que não é um recurso ilimitado, que se conquista com trabalho, são passos por onde se pode começar, remunerando, por exemplo, algumas tarefas, como separar o lixo, ajudar a lavar o carro, etc. É importante também explicar-lhes a importância de gastar com responsabilidade e sobretudo de pouparem para algo que desejem, como um jogo.

Outro conceito importante a abordar com os mais novos é o do empréstimo e da necessidade de o pagar a tempo e horas – nas primeiras vezes que emprestar dinheiro aos seus filhos, para comprarem mais cedo o jogo para que têm andado a poupar, por exemplo, institua um prazo realista para pagamento e multas em caso de falha, que podem ser 5/10 cêntimos diários/semanais.

Leia também: Como ensinar o seu filho a gerir o seu dinheiro

Componentes da literacia financeira

São cinco as componentes essenciais da literacia financeira, de acordo com a Forbes:

  1. Bases orçamentais – Fazer e manter-se fiel a um orçamento (pessoal, familiar, etc.) é uma das competências mais importantes, tarefa extremamente facilitada nos dias que correm graças a um sem-número de sites e apps desenvolvidas especificamente para o efeito.
  2. Noção dos juros e do seu impacto – Os juros podem ter um impacto significativo nas suas finanças, por isso, a perceção do seu funcionamento é algo que se deve adquirir desde cedo. Além de contribuir – ou não – para ajudar a aumentar as suas poupanças, pode ser útil na altura de contrair um empréstimo.
  3. Hábitos de poupança – Algo a adquirir desde cedo para se conseguir manter uma situação financeira estável ao longo da vida, direcionados, por exemplo, para objetivos de médio prazo inicialmente, como uma viagem, um carro, entrada para uma casa, e mais tarde – mas não muito – para a reforma, mesmo que esta ainda esteja longe.
  4. Noções de débito e crédito e da necessidade de uma gestão responsável de ambos.
  5. Atenção à segurança e roubo de identidade – uma questão incontornável nos dias que correm, em que os dados pessoais, incluindo os financeiros, se encontram bastante vulneráveis e sujeitos a fraude. Prevenir este tipo de situações, protegendo passwords e limitando a informação partilhada online é fundamental para a proteção de contas.

Como desenvolver a literacia financeira

Obter boas bases de literacia financeira requer sobretudo um investimento do seu tempo para ter acesso à informação necessária e manter-se atualizado: