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Reciclagem: sete mitos desmistificadosReciclagem: sete mitos desmistificados

Reciclagem: sete mitos desmistificados

Reciclagem: sete mitos desmistificados

Anualmente, produzimos muitos milhões de toneladas de lixo em todo o mundo. Ao reduzir esta quantidade, reciclar permite poupar recursos naturais, energia e ajudar a proteger não só o ambiente mas também a nossa saúde. Numa escala global, os benefícios são muitos. Junte-se a esta causa.

O lixo produzido anualmente em todo o mundo é 2,2 mil milhões de toneladas; em 2025, estima-se que o total de lixo produzido aumentará para 3,4 mil milhões de toneladas. Uma quantidade que se deve ao aumento do consumo e também ao facto de muito daquilo que compramos ser deitado fora no espaço de seis meses. Nos países da OCDE, produz-se quase metade do lixo mundial; África e Sul da Ásia são as zonas com valores mais baixos. Os números são do World Bank Group e demonstram uma clara necessidade de reciclar mais. Estamos ainda muito aquém do que seria desejado, o que pode dever-se a algumas ideias, mitos, que procuramos aqui desmistificar:

1. Os esforços de reciclagem não têm grande impacto global

A má gestão dos resíduos é responsável por contaminar os oceanos, o solo e o ar, pela destruição de ecossistemas e por gerar riscos para a saúde humana, por exemplo via transmissão de doenças. Reciclar impacta positivamente não só o ambiente e a nossa saúde mas também a economia. Promove a criação de empregos, a diminuição dos custos inerentes ao tratamento do lixo, a redução do impacto dos aterros, a diminuição do recurso a matérias-primas e recursos naturais, entre outros.

2. Não há ecopontos suficientes

Atualmente, de acordo com a Sociedade Ponto Verde, há mais de 40 mil ecopontos espalhados pelo país, sensivelmente o triplo das caixas multibanco. Há ainda municípios onde existe recolha porta a porta.

3. Gasta-se muita água para lavar as embalagens

Não é preciso lavar as embalagens antes de as colocar no ecoponto – basta escorrê-las. Devem, no entanto, ser espalmadas, por forma a ocuparem menos espaço nos contentores, e até mesmo em sua casa, reduzindo o número de deslocações entre o ecoponto e o centro de reciclagem.

4. Os produtos feitos de material reciclado são de qualidade inferior

A criação de produtos a partir de material reciclado progrediu muito desde o seu início, graças à evolução do conhecimento e da tecnologia. O papel, por exemplo, já nada tem a ver com o bege-acinzentado e algo áspero de então, tendo hoje de responder a requisitos bastante exigentes não só em termos de sustentabilidade, mas também de qualidade, durabilidade e inclusivamente de estética.

5. Todos os plásticos e metais podem ir para o ecoponto amarelo

Conhecido como o contentor para plásticos, embalagens e latas, no ecoponto amarelo devem ser colocadas todas as embalagens de plástico, metal e pacotes de bebidas. Estes últimos são normalmente alvo de dúvida, entre a colocação no ecoponto amarelo ou azul. Os pacotes de bebidas são compostos por plástico, alumínio e cartão, e devem ser sempre colocados no ecoponto amarelo, seguindo depois para uma linha de triagem onde é feita a separação dos diferentes materiais. Neste ecoponto  não se devem colocar giletes, talheres, alguidares e baldes de plástico, garrafões de combustível, pilhas ou baterias, luvas de borracha, tachos e panelas. Aqui a palavra-chave é mesmo embalagem: uma escova de dentes ou de loiça, mesmo sendo de plástico, não tem lugar no ecoponto amarelo por não se tratar de uma embalagem. Uma lata de refrigerante ou de conservas pode ir, mas não uma faca, mesmo sendo de metal. As embalagens de esferovite, frequentemente alvo de dúvida, devem ser colocadas no ecoponto amarelo. Já os CD e DVD, que não podem ser deitados neste ecoponto, podem ser entregues na rede Pickup, da Chronopost. Consulte os pontos de recolha junto da sua área de residência.

Embora possam ser deitadas para o ecoponto amarelo, as tampinhas de plástico são alvo de várias campanhas de recolha por todo o país, que revertem a favor de pessoas com deficiência (ajudando, por exemplo, na aquisição ou doação de cadeiras de rodas ou outros veículos de transporte) ou com doenças várias, ajudando a custear terapias. Das juntas de freguesia a cafés e instituições várias, são muitos os pontos de recolha das tampinhas. Se quiser contribuir para esta causa, informe-se perto de si.

6. Todo o papel vai para o ecoponto azul

Papel e cartão vão para o ecoponto azul, tal como revistas e jornais, papel de escrita e impressão, livros, sacos de papel de compras, bilhetes de transportes, rolos interiores do papel higiénico, caixas de ovos, de cereais e outras embalagens, desde que não estejam sujas, nem contenham material plastificado, por exemplo. Já as embalagens de produtos químicos e de cimento, papel autocolante, de lustro e toalhetes devem ir para o lixo indiferenciado.

Atenção: o papel “sujo” de gordura, como o proveniente de pizza, frango assado, por exemplo, ou de outras matérias orgânicas, como fraldas, papel higiénico, kleenexes, etc., não deve ser colocado nos ecopontos, mas junto com os demais resíduos orgânicos.

7. O ecoponto verde é para todo o vidro

O ecoponto verde foi concebido para frascos, boiões e garrafas de vidro, sejam de vinho, cerveja, azeite ou água, por exemplo. Loiça e cerâmica, vidro de janelas, ampolas de medicamentos, cristais, lâmpadas ou espelhos, não devem ser colocados neste ecoponto. Isto porque a composição do vidro não é igual, não funde à mesma temperatura, e se for colocado no ecoponto verde pode inviabilizar a reciclagem de todo o vidro que lá seja colocado.