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Cães e gatos, a chave para viver mais e melhorCães e gatos, a chave para viver mais e melhor

Cães e gatos, a chave para viver mais e melhor

Cães e gatos, a chave para viver mais e melhor

Fiéis companheiros, estes animais têm a enorme vantagem de trazer inúmeros benefícios para a saúde e o bem-estar de todos aqueles que desfrutam da sua companhia.

 

Conhecidos pela dedicação, lealdade e companheirismo, que lhes vale inclusive o epíteto de melhores amigos do homem, os cães, domesticados há dezenas de milhares de anos, evoluíram tendo desenvolvido uma capacidade ímpar para interpretarem não só o nosso tom de voz, mas também a linguagem corporal e, não raras vezes, um número significativo de palavras, e “sintonizarem-se” com quem lida com eles amiúde. São precisamente estas capacidades e, sobretudo, a empatia que os tornam um dos animais de estimação preferidos, já para não falar dos cães de assistência, com um papel fulcral na vida de pessoas portadoras de deficiência, com diabetes ou epilepsia, por exemplo.

Mais do que isto, no entanto, ter um cão (ou mais) ou gato, apesar da sua maior independência, chamemos-lhe assim, significa ganhos acrescidos no que respeita à saúde mental e física, que se traduzem, consequentemente, numa melhor qualidade de vida.

Redução dos níveis de stress e de ansiedade são alguns dos fatores a favor de conviver com um destes animais. Tal como uma menor tendência para sofrer de depressão. No caso das pessoas que vivem sozinhas, um gato ou um cão ajudam a lidar com a solidão e, o último em particular, a combater o isolamento, mais não seja pela necessidade de o levar à rua.

Nas pessoas com Alzheimer, ter um animal em casa tem sido associado a um menor número de ataques de ansiedade – neste caso, os gatos somam pontos a seu favor, por serem menos exigentes em termos de cuidados.

 

Amigos do coração

De acordo com a Associação Americana do Coração, ter um animal de estimação, especialmente um cão, está associado a um menor risco cardiovascular. Tensão arterial, níveis de colesterol e triglicéridos tendem também a ser mais baixos nas pessoas com animais de estimação. Nos idosos, a posse de animais domésticos está associada um menor número de idas ao médico.

Para as vítimas de ataque cardíaco, há igualmente vantagens em ter um animal por companhia – de acordo com alguns estudos, sobrevivem mais tempo, face aos que não têm.

No caso particular dos gatos, mais especificamente sempre que ronronam a uma frequência de 20-140 Hertz, os efeitos terapêuticos não se ficam por aqui: além de menos probabilidades de ataque cardíaco (até 40%), os seus donos podem ver diminuídos os sintomas de dispneia (dificuldade em respirar), fortalecidos os ossos e estimulada a recuperação de inflamação, inchaço, bem como de lesões musculares, de tendões ou ligamentos.

Ter um cão (ou um gato, se o habituar a isso) pode promover ainda a adoção de comportamentos mais saudáveis, como a prática regular de exercício. Levar o cão a passear (a ritmo moderado/intenso ou correr) meia hora, duas vezes ao dia, por exemplo, permite-lhe por si só alcançar os objetivos mínimos propostos pela Organização Mundial de Saúde para obter benefícios para a saúde. Pode também revelar-se uma boa forma de controlar o peso.

 

Para os mais pequenos

Para as crianças, crescer com um animal de estimação, além da segurança, no caso dos cães, dá-lhes conforto (é frequentemente com os animais que desabafam ou contam segredos, por exemplo), responsabilidade, sentido de compaixão, e de cuidar.

No caso de crianças com dificuldades de aprendizagem ou autismo, entre outros problemas, por vezes é mais fácil interagir com um cão ou gato, interação esta que pode ajudar inclusive a ligação posterior a outras pessoas. Têm também um papel importante no controlo do stress e na atenção – brincar com o animal pode estimular a concentração.

 

Atchim!?

Apesar de ser relativamente comum ouvir dizer que um cão ou gato (coelho ou porquinho-da-índia, etc.) provoca alergias, alguns estudos recentes parecem indicar que crescer com animais com pelo reduz o risco de alergias e asma nas crianças. É o caso, por exemplo, de um estudo realizado por James Gern, pediatra e investigador da Universidade de Wisconsin-Madison, e publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunology, que envolveu a análise de sangue de bebés recém-nascidos, repetida um ano mais tarde. De acordo com os resultados, nas crianças que tinham cão em casa, houve menor incidência de alergias a animais e de eczema, e sinais de fortalecimento do sistema imunitário, dada a presença de maiores níveis de alguns químicos desse mesmo sistema.

Mesmo tendo alergias, é possível conviver harmoniosamente com o cão ou gato da família. Há que tomar algumas precauções, naturalmente, mas decerto compensa. Antes de mais, confirme com o seu alergologista se a alergia é mesmo só ao animal ou se é também a outros alergénios presentes. Comece por delimitar uma “zona sem alergias”, que deve ser o quarto da pessoa alérgica e impedir qualquer acesso do animal a esta zona. Use aspiradores com filtro HEPA em toda a casa e lave regularmente cortinados, coberturas de almofadas e sofás, bem como a cama do animal. O cão ou gato, neste caso, também devem tomar banho regularmente, cerca de uma vez por semana. Os gatos não gostam muito, mas conseguem habituar-se. Atenção que os champôs devem ser apropriados. Seguir um tratamento adequado é também indicado, caso, por exemplo, de imunoterapia ou anti-histamínicos. Informe-se com o seu médico sobre a melhor opção.

 

Uma solução de compromisso

Gostava de ter um cão ou gato, mas, por alguma razão, não pode tê-lo em casa “a tempo inteiro”? Pode sempre recorrer a um dos vizinhos, por exemplo, levando-o a passear e a brincar consigo alguns momentos, de familiares ou amigos. Ou tornar-se FAT (família de acolhimento temporário), acolhendo, como o próprio nome indica, animais abandonados, por períodos definidos – informe-se junto de abrigos ou associações de proteção de animais na sua zona, ou mesmo veterinários. Em alternativa pode oferecer-se em regime de voluntariado, tratando e mimando os animais que estas instituições acolhem.