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Crianças na cozinhaCrianças na cozinha

Crianças na cozinha

Crianças na cozinha

Alguma orientação é regra geral suficiente para os seus filhos começarem a ajudar na preparação dos almoços e lanches para a escola. Siga as nossas dicas e deixe-os descobrir o chef que há neles

De pequenino se criam bons hábitos e cozinhar – ou pelo menos dar uma ajuda na preparação das refeições – é um deles. Especialmente porque preparar as suas próprias refeições promove a autonomia, fortalece o sentido de responsabilidade, dá-lhes uma rotina, ensina-lhes (com o contributo dos pais) a fazerem escolhas alimentares mais saudáveis e também a comerem melhor – é mais fácil as crianças comerem uma refeição preparadas por elas mesmo contendo ingredientes a que habitualmente possam franzir o nariz. À medida que ganharem mais confiança, pode ser também uma forma de pouparem algum tempo aos pais.

A cozinhar também se aprende

Algo tão básico como descascar cenouras ou curgete, partir e bater ovos ou misturar ingredientes numa tijela são para as crianças tarefas bastante apelativas, que lhes permitem experimentar, sentir diferentes texturas e cheiros, cores, etc., e, no fim, ver o resultado dos seus esforços. Aproveite para lhes falar sobre os diferentes alimentos, porque fazem bem – a cenoura faz bem aos olhos, os morangos, o pimento amarelo, a salsa e o tomilho, por exemplo, são uma boa fonte de vitamina C, os espinafres, lentilhas, fígado têm ferro – e porque devemos comer uns e não ou menos outros como os processados ou com muito açúcar, etc. Esta pode ser também uma boa oportunidade para treinar a contagem, ensinar a usar uma balança, soletrar os nome dos alimentos, etc.

Simplifique

Para ser completa e equilibrada, uma refeição não tem de ser complicada nem exigir largas horas ao fogão. Comece por explicar aos seus filhos o que se pretende: uma peça/dose de fruta, um ou mais legumes, uma fonte de proteína (carne, peixe, queijo, leite, seitan, tofu, lentilhas, grão…) e /ou uma fonte de hidratos de carbono (arroz, massa – de preferência integrais -, batata, batata-doce, etc.). Uma lancheira com tomate-cereja, uma maçã/pera (se a cortar em quartos/oitavos, uni-los e prender com um elástico de borracha, não escurece e é fácil de comer) ou morangos, um ou dois wraps com frango/atum, alface/espinafres, cenoura ralada, por exemplo, facilmente é preparada por uma criança. Espetadas também e de carne e peixe a fruta e legumes, o limite é a imaginação! No Pinterest, encontra ideias simples e engraçadas para inúmeras lancheiras para crianças e adolescentes. Deixe-os inspirarem-se, mostre-lhes no computador ou tablet ou imprima.

Esta é também uma boa oportunidade de inserir alimentos como quinoa, bulgur, entre outros – preparados por eles têm “outro gosto” e além de exigirem pouco trabalho, podem ser moldados em bolas ou com cortadores de bolachas ou formas de bolos/caixas pequenos – regra número 1 é terem as mãos lavadas.

Reduza o desperdício

Aproveite as sobras. Não tem de ser logo no dia a seguir, mas no outro podem ser reutilizadas ou “recicladas” – o frango pode virar omelete, a massa pode passar a salada, o bife cortado em bocadinhos presos por palitos, com múltiplos e práticos acompanhamentos, rodelas/estrelas de curgete grelhadas/salteadas, cubos de bata-doce, tomate pequeno de diferentes variedades, cenouras-baby, não faltam alimentos por onde escolher

Tempo de ir às compras

Inclua os seus filhos na elaboração da lista de compras e mantenha os alimentos para as suas refeições em locais de fácil alcance.

Material necessário

Para os mais pequenos, um banco que lhes permita chegar ao lava-loiça para lavar as mãos, bem como legumes e fruta, ou para acompanhar o que está a ser feito no fogão ou mesmo fazer algo simples como uns ovos mexidos ou um salteado de legumes – sob supervisão de um adulto – é essencial.

Uma mesa pequena, que lhes permita estar de pé confortavelmente a cortar, descascar ou espiralizar fruta ou legumes, entre outros, pode ser também uma opção.

Uns cortadores de bolachas redondos, simples, ou com formas divertidas são também uma boa ideia – podem fazer hambúrgueres em forma de animais ou de estrelas, por exemplo, moldar o arroz em forma de peixe, cortar uma sanduíche em forma de gato… as possibilidades são muitas e todas elas agradarão de certeza, tornando a “sessão culinária” mais divertida e os pratos mais apelativos.

Saco térmico para transporte, se necessário, e lancheira ou caixas para o almoço e snacks são também de acrescentar à lista, bem como um ou dois aventais para não se sujarem.

Tome nota

Nos primeiros tempos, sobretudo com os mais novos, supervisão é essencial, mas procure dar-lhe a maior autonomia possível. Mesmo em situações de maior risco como a utilização de facas; evite facas muito cortantes, comece com ingredientes fáceis de cortar, como curgete, cenoura ou batata cozida, segure-lhes as mãos para mostrar como se faz e nunca os deixe sem atenção com uma faca nas mãos.

À medida que a autonomia e a confiança aumentarem, passe-lhes tarefas mais exigentes, quem sabe até não fazer um bolo todo sozinhos, exceção feita à parte do forno, numa primeira fase. Quem sabe, talvez desperte uma paixão.