Como definir objetivos financeiros para o futuro

Ter planos para o seu dinheiro ajuda não só a uma maior segurança financeira, mas também a priorizar e conseguir concretizar os seus planos a curto, médio e longo prazo.

Quando se fala em objetivos financeiros, fala-se em fazer planos para o seu dinheiro. Definir objetivos para o futuro é um dos primeiros passos a dar em prol de uma maior segurança das suas finanças pessoais. De curto, médio ou longo prazo, implicam um maior controlo sobre as suas finanças e mais especificamente, sobre os gastos. Por norma, a tendência é gastar-se menos – ou mais ponderadamente – quando se tem objetivos concretos.

Seja criar um fundo de emergência, casar-se, amortizar um crédito, aumentar o plano de poupança-reforma, tirar uma licença sabática e viajar pelo mundo, investir na sua formação ou na dos seus filhos ou qualquer outro propósito, ao definir os seus objetivos financeiros convém que sejam SMART, em inglês Specific, Measurable, Attainable, Relevant, Timebound ou, em português:

Específico, i.e., deverá saber exatamente para que é que vai poupar (obras em casa, fundo de emergência, entrada para casa, troca de carro, curso de especialização, etc.);
Mensurável, i.e., 100€ todos os meses até perfazer 3.000€ (2 anos e meio) ou 5.000€ (4 anos e 2 meses), por exemplo;
Atingível, i.e., deve ser realístico e exequível, dependendo eventualmente de algumas condicionantes, como conseguir obter mais rendimentos, gastar menos, refazer o orçamento familiar tendo este objetivo em conta, etc.;
Relevante, i.e., o objetivo deve ser importante e valer a pena o esforço, caso de um fundo de emergência para fazer face a imprevistos financeiros, conseguir amortizar o crédito habitação, etc.;
Temporal, i.e., ter uma data-limite para conseguir concretizar o objetivo em questão (1 ano, 2 anos e meio, 4 anos e dois meses, etc.).

Como começar

O primeiro passo é definir os planos que gostaria de ver realizados, algo que deverá discutir com o seu cônjuge ou parceiro(a), caso se aplique. Depois, há que os categorizar definindo prioridades e respetivos prazos: objetivos a curto (6 meses a 5 anos), médio (5 a 10 anos) e longo prazo (mais do que 10 anos).

Orçamento é essencial

Após registar e categorizar os objetivos financeiros, há que ter noção exatamente do estado das suas finanças pessoais e isto passa necessariamente por um orçamento pessoal. Se nunca o fez ou há muito tempo que não olha para o seu, esta é uma boa altura para o fazer, especialmente tendo em conta a atual conjuntura e a subida generalizada do custo de vida.

Passar a pente fino as várias despesas é igualmente uma boa forma de descobrir onde pode cortar para poder “alimentar” os seus objetivos financeiros. Por exemplo, se não pedir refeições takeaway quatro vezes por mês, poderá pôr de parte os 100€ necessários para ver concretizado um dos seus objetivos financeiros (num ano, são 1200€, em cinco anos, 6000€ e por aí sucessivamente, a que acrescerão os devidos juros). Cancelar o ginásio se não tem por hábito frequentá-lo poderá permitir-lhe pôr de parte até 50€ mensais (por outro, frequentá-lo regularmente poderá poupar-lhe custos de saúde a longo prazo), optar pelo passe ou por andar mais a pé reduz a despesa com combustíveis e manutenção do carro. Estes são alguns dos exemplos mais óbvios; outros exigirão outros cálculos e alterações maiores ou menores de hábitos.

Recorrer a uma app para ajudar a seguir o orçamento é uma boa forma de se manter no bom caminho.

Visualize a forma de chegar lá

Tendo em conta os seus objetivos e o seu orçamento, o que implica uma noção clara de todos os seus rendimentos e despesas, escreva para cada objetivo a forma de chegar lá e como. Na folha Excel ou qualquer outra aplicação que use para o efeito, convém não só anotar os objetivos por ordem de prioridade, o total e o prazo necessário para os concretizar, mas também aquilo que lhe permitirá alcançá-los: o dinheiro que precisa de pôr de parte mensalmente, por exemplo, e qual a forma de obter (transferência direta de x% do ordenado, cancelar subscrição de assinaturas, cortar refeições fora, car sharing, renegociar contratos de serviços, arranjar um part-time, etc., são muitas as variantes possíveis).

Tire partido das entradas excecionais de dinheiro

Subsídio de férias ou de Natal, reembolso de IRS ou bónus são potenciais acréscimos para os seus objetivos que deve aproveitar, tal como prendas monetárias que possa receber.

Acompanhe as suas conquistas

Manter-se a par dos seus progressos e rever eventualmente as prioridades definidas, fruto de imprevistos, negativos ou positivos, fazendo inclusive alguns ajustes, é essencial para prosseguir no bom caminho, sentir-se motivado e concretizar os objetivos definidos.