Vá de férias mais barato
Vá de férias mais barato
Tirar uns dias de férias e ir para fora não significa necessariamente um rombo nas suas economias. Saiba como reduzir as despesas e desfrutar em pleno dessa merecida pausa.
Faça girar um globo e pare-o com um dedo. Independentemente do local para onde tenha apontado, é sempre possível reduzir custos com deslocações, alojamentos e estadia, sobretudo se não deixar tudo para a última hora e permitir-se alguma flexibilidade, especialmente nos voos. Basta optar por viajar a meio da semana, e não nos fins de semana, para a diferença de custos ser notória. Se os voos tiverem escalas, os ganhos são ainda maiores. Só aqui pode poupar umas boas dezenas – ou mesmo centenas – de euros.
Tudo isto à distância de uns simples cliques em sites como o www.airfarewatchdog.com ou o www.kayak.com/explore, que emitem inclusive alertas de promoções de voos, o www.edreams.pt, o www.google.pt/flights, e o www.rumbo.pt, por exemplo. Registar-se nos sites de companhias aéreas dá-lhe igualmente acesso às várias promoções.
Quanto à melhor altura para comprar os seus bilhetes de avião, é provável que já tenha ouvido tratar-se de terça-feira, dois meses antes da data planeada. Ou será à última hora? De acordo com as tendências de 2015, segundo uma análise do CheapAir, a janela ideal para a aquisição de bilhetes de avião situa-se entre os 112 e os 21 dias antes da data de viagem, sendo os 54 dias antes considerados “o número mágico, em média, para reservas”. Atenção, no entanto: o melhor preço depende também muito do destino escolhido e da época. Quanto mais popular e em época alta, mais cedo deve ser feita a aquisição, antes mesmo dos 112 dias. E não faz mal consultar tarifas várias vezes ao dia com bastante antecedência, se já tiver o destino delineado a médio ou longo prazo.
Fora de época é também sempre uma boa altura para viajar para quem não quer gastar muito. E feitas as contas, consegue-se bom tempo (mesmo quando o objetivo é neve), mais liberdade de movimentos e provavelmente mais hipóteses de travar conhecimento com os locais, bem como de comer melhor. Fora dos sítios mais concorridos é outra opção a considerar – “fugir”, por exemplo, das capitais e rumar a outras cidades, vilas pitorescas, igualmente interessantes e mais baratas.
Use autocarros e comboios para deslocações. Um bilhete de autocarro entre as cidades de Nova Iorque e Washington DC pode custar-lhe 10 dólares. E os comboios também não são caros. Antecedência volta a ser a chave. Mesmo em território nacional – bilhetes comprados na CP com cinco ou oito dias de antecedência podem ter descontos até 65 por cento. Há ainda a possibilidade de adquirir um Interrail Global, que lhe permite viajar livremente por toda a Europa, sem limite de viagens, com preços desde 413€ (1.ª classe) e 264€ (2.ª classe), na modalidade 5 dias em 15 dias (Flexi), até 983€ (1.ª classe) e 626€ (2.ª classe), na versão um mês contínuo, para passageiros dos 26 aos 59 anos – dos 12 aos 25 e maiores de 60 anos, os preços são mais baratos. Tem também o Interrail One Country Pass (Interrail para um único país), disponível para qualquer um dos países aderentes, exceto para a Bósnia-Herzegovina e o Montenegro. Saiba mais em www.cp.pt.
Crianças, jovens, e reformados também pagam menos e não só nos transportes. Museus, monumentos, excursões, entre outros, têm também preços especiais para diferentes faixas etárias ou para quem está reformado (neste caso, há que fazer-se acompanhar de documento comprovativo).
Onde ficar
Se o objetivo é fazer férias a preços razoáveis, os hotéis de cinco estrelas não serão a escolha ideal. Se viajar só ou na companhia de outra pessoa, o couchsurfing é uma boa hipótese. Para a família inteira também é possível, em alguns casos, mas talvez não seja o mais indicado. Hostels e guest houses tendem a ser mais económicos, bem como alugar apartamentos, no www.airbn.com, www.homeaway.pt, www.vrbo.com ou no www.booking.com, por exemplo. Não têm mordomias, mas permitem-lhe poupar igualmente na alimentação.
A troca de casas tem vindo a ganhar popularidade nos últimos anos e representa uma diminuição considerável no custo das férias. Mediante inscrição nos sites (pt.intervac-homeexchange.com, www.lovehomeswap.com, trocacasa.com) e pagamento de taxa anual na ordem dos 50-70 euros aproximadamente, pode permutar a sua casa (inclui geralmente usufruto do carro) com a de outras pessoas no estrangeiro e desfrutar das suas férias calmamente – há casos em que a taxa anual não é obrigatória, como o www.guesttoguest.com.br/pt.
Se não quer ou não pode trocar a casa, porque não tomar conta da casa de outras pessoas durante as suas férias? Tal como na troca de casas, tem de se inscrever nos sites (www.mindmyhouse.com, www.luxuryhousesitting.com, www.trustedhousesitters.com), pagar ou não uma taxa anual e escolher de entre a seleção de casas e disponibilidade, bem como acertar detalhes com os proprietários, nomeadamente as tarefas que esperam de si, como regar plantas, tomar conta de eventuais animais, pequenas coisas que não lhe ocuparão muito tempo e que lhe permitem alojamento a custo zero (ou quase, dependendo da taxa estipulada).
Para os mais jovens, o au pair pode revelar-se uma experiência interessante. Trata-se de passar duas semanas, um mês, dois, num país estrangeiro, a viver com uma família, ajudando a tomar conta das crianças, com direito a uma pequena compensação monetária para gastos – alojamento e alimentação ficam a cargo da família. É uma experiência interessante, que além da viagem, permite a prática de outra língua, o contacto com outras pessoas e formas de vida e, não raras vezes, inclui ainda a possibilidade de deslocações adicionais, a cargo da família, se esta viajar na altura. Mais informações em www.aupair.com, www.aupairworld.com, www.aupairinamerica.com, etc.
Gratuito, por favor
Decidido o destino, tratada a viagem e o alojamento, é chegada a altura de se informar sobre o que visitar e conhecer, e como fazê-lo da forma mais económica possível, de preferência gratuitamente.
Uma das melhores formas de conhecer o seu destino é através de excursões, especialmente com guias locais, conhecedores dos mais bem guardados segredos. Se não tiver de pagar, melhor ainda. Clique em sites como www.neweuropetours.eu, www.freetour.com, www.freetoursbyfoot.com, entre muitos outros e explore todas as suas possibilidades, um pouco por todo o mundo. Monumentos e museus também têm dias de admissão gratuita; só tem de investigar quais. Relativamente a visitas culturais, regra geral, a melhor solução são os passes, que incluem vários museus, monumentos e outros locais de interesse, a um preço mais acessível. Permitem frequentemente escapar às filas de entrada e podem ser adquiridos online, com toda a comodidade. Podem ainda combinar transportes, que podem compensar, quando adquiridos em forma de passe – faça as contas e veja qual a melhor solução para si. Em caso de dúvida, informe-se juntos dos postos de turismo oficiais – sempre uma boa fonte de informação.
Os bilhetes para alguns espetáculos como musicais, quando adquiridos em cima da hora, podem ser alvo de bons descontos; a desvantagem é poder perder algumas horas em espera sem garantia de o conseguir. Mas se gostava mesmo de ir, não perde em arriscar.
Grão a grão…
Por muito económicas que consiga tornar as suas férias, há sempre que dispor de algum dinheiro – a falta de dinheiro é, aliás um dos principais argumentos de não se poder/conseguir viajar. Mas pode-se sempre tentar. No final do ano passado/início deste circulou nas redes sociais um esquema muito prático que permitia poupar 1300 euros ao fim de um ano para viajar. Designado por desafio das 52 semanas de poupança, desafiava a poupar pondo de lado a quantia equivalente ao número dessa semana. Ou seja, na 1.ª semana do ano, isto corresponderia a 1€, na 2.ª a 2€, na 36.ª a 36€ e daí em diante até à 52.ª semana, com um total de 52€. É um bom ponto de partida, embora seja fácil perceber que nos últimos meses do ano isto seja impossível para muitas pessoas – as últimas quatro semanas implicariam uma quantia de 202, que pode pesar bastante no orçamento individual ou familiar. Importante mesmo é criar um plano que possa seguir e inclusive uma conta bancária especificamente para o efeito.
Há, no entanto, outras formas. Tudo depende do gosto e da vontade que tem em viajar. Levar “marmita” para o local de trabalho, comprar uma garrafa de água reutilizável e enchê-la de água da torneira, andar de transportes públicos com passe, requisitar livros na biblioteca, caso seja um leitor ávido, deixar de fumar (faça as contas, inclusive as despesas médicas consequência deste hábito), arranjar as unhas em casa, vender algumas das coisas de que já não necessita (a bicicleta ou algum jogo de consola dos seus filhos, a máquina de café, o sofá ou cadeira que só ocupa espaço, roupa, por exemplo).
Avalie as suas despesas. Paga ginásio, mas não vai? Precisa mesmo dos canais cabo ou Internet basta? Tem o melhor tarifário de eletricidade? Veja o que é dispensável e aja em conformidade.
Boas férias.