Bicicletas e trotinetes: conheça as regras para a circulação na via pública
Bicicletas e trotinetes: conheça as regras para a circulação na via pública
Com cada vez mais pessoas a aderirem à chamada mobilidade suave, optando por circular de bicicleta e/ou trotineta, convencionais ou elétricas, é importante saber o que dita o Código da Estrada para evitar não só incidentes como multas.
Se já aderiu ou pensa vir a aderir à chamada mobilidade suave, ou seja, os meios de transporte amigos do ambiente como trotinetes e bicicletas convencionais ou elétricas, por exemplo, convém estar atento à regulamentação em vigor. Quem circula de bicicleta ou trotinete está sujeito às regras de circulação e, embora não seja obrigatório um exame do Código da Estrada, há que sabê-las, bem como manter-se a par das alterações que possam vir a ser introduzidas.
São várias as regras a ter em conta ao conduzir uma trotinete ou bicicleta:
- Circulação no sentido do trânsito;
- Obrigatoriedade de porte de documento de identificação (não o ter consigo implica multa numa operação STOP);
- Proibido circular sob influência de álcool;
- Proibida a utilização de telemóvel e de auscultadores (quando usados em ambos os ouvidos, é permitido apenas o uso num) durante a utilização da trotinete, exceção feita aos aparelhos dotados de um único auricular ou microfone com sistema de alta voz, cuja utilização não implique manuseamento continuado;
- Os velocípedes [bicicletas e trotinetes com ou sem motor podem circular na estrada, na berma, nas ciclovias (caso existam, embora não estejam obrigados a fazê-lo) ou nas faixas reservadas aos transportes coletivos, consoante regulamentação municipal; apenas os meios conduzidos por crianças até aos 10 anos podem circular nos passeios, desde que não ponham em perigo ou perturbem os peões – só as trotinetes sem motor podem circular nos passeios. Nos demais velocípedes, se tiver necessidade de andar no passeio, deverá desmontar e levar a trotinete/bicicleta pela mão.
- Nas autoestradas não é permitida a circulação de trotinetes e bicicletas;
- Os velocípedes [bicicletas e trotinetes com ou sem motor] só podem transportar o respetivo condutor, salvo se:
a) Forem dotados de mais de um par de pedais capaz de acionar o veículo em simultâneo, caso em que o número máximo de pessoas a transportar corresponde ao número de pares de pedais e em que cada pessoa transportada deve ter a possibilidade de acionar em exclusivo um par de pedais;
b) Forem concebidos, por construção, com assentos para passageiros, caso em que, além do condutor, podem transportar um ou dois passageiros, consoante o número daqueles assentos;
c) Se tratar do transporte de crianças com idade inferior a 7 anos, em dispositivos especialmente adaptados para o efeito (Art.º 91.º).
- Permitido circular nas bermas, apenas quando estas oferecerem condições de segurança e dimensões suficientes e desde que a segurança dos peões não seja posta em causa;
- Obrigatória a instalação de sistemas de retenção nas bicicletas se circularem com crianças com idade inferior a 12 anos e altura inferior a 1,35 m;
- As luzes são obrigatórias nas bicicletas, tanto à frente como atrás, devendo ser usadas em caso de luminosidade reduzida (amanhecer, anoitecer, noite e/ou condições meteorológicas adversas);
- Quem circular de trotinete ou dispositivo de circulação com motor elétrico, autoequilibrado e automotor ou em meio de circulação análogo com motor, equipado com motor com potência máxima contínua superior a 0,25 kW ou atinja uma velocidade máxima em patamar superior a 25 km/h (…), é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300, refere o Decreto-Lei nº 102-B/2020;
- As mãos devem estar sempre no guiador, exceto para assinalar manobras.
Os velocípedes são “veículos, com duas ou mais rodas, acionados pelo esforço do próprio condutor por meio de pedais ou dispositivos análogos”, de acordo com o artigo 112.º do Código da Estrada. Neste grupo enquadram-se as bicicletas e as trotinetes com e sem motor.
De acordo com o decreto-lei anteriormente referido, velocípede com motor é o que está equipado com motor auxiliar com potência máxima contínua de 1,0 kW, cuja alimentação é reduzida progressivamente com o aumento da velocidade e interrompida se atingir a velocidade de 25 km/h, ou antes, se o condutor deixar de pedalar.
São equiparados a velocípedes:
a) Os velocípedes com motor;
b) As trotinetes com motor elétrico, bem como os dispositivos de circulação com motor elétrico, autoequilibrados e automotores ou outros meios de circulação análogos com motor, quando equipados com motor com potência máxima contínua de 0,25 kW e atingindo a velocidade máxima em patamar de 25 km/h.
Regras de circulação em trotinete partilhada em Lisboa
Para quem circula de trotinete na cidade de Lisboa, há novas regras a respeitar. Um acordo assinado entre a Câmara Municipal de Lisboa e os operadores estabeleceu regras relativamente ao limite de velocidade e estacionamento.
- Limite de velocidade máximo de 20 km/hora;
- Pontos de estacionamento próprios obrigatórios para trotinetes partilhadas, denominados hotspots. Caso os utilizadores não as estacionem nos locais designados, não conseguirão terminar a viagem, continuando a ser descontado o pagamento através da aplicação, até que a trotinete esteja estacionada num hotspot.
Tome nota:
Embora não obrigatório para condutores de trotinetes ou bicicletas, o uso do capacete é, no entanto, recomendado, especialmente no caso das elétricas, por uma questão de segurança. Aplica-se o mesmo ao seguro: apesar de não exigido, um seguro de responsabilidade civil que abranja danos a terceiros, é recomendável.
As novas regras em Lisboa abrangem todos os operadores, cujo número de bicicletas partilhadas em circulação foi limitado.
Se viajar para outros países e decidir usar bicicletas ou trotinetes partilhadas, informe-se sobre as regras em vigor. O seu incumprimento pode valer o pagamento de multas.