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Fundos de investimento: o que saber antes de investirFundos de investimento: o que saber antes de investir

Fundos de investimento: o que saber antes de investir

Fundos de investimento: o que saber antes de investir

Os fundos de investimento permitem investir num conjunto diversificado de ativos. Saiba mais sobre fundos e o que deve ter em conta antes de investir.

Um fundo de investimento é um instrumento financeiro que reúne recursos de vários investidores para os aplicar em conjunto no mercado financeiro. Perceba melhor o que são fundos de investimento e o que deve ter em conta antes de investir.

Os fundos de investimento são um instrumento financeiro coletivo, ou seja, é um produto que reúne recursos de diversos investidores para aplicar em conjunto no mercado financeiro. Cada pessoa que investe num fundo passa a ser detentora de uma quota do mesmo e não da sua totalidade. O dinheiro dos vários investidores é depois aplicado em diferentes ativos, como ações, títulos públicos, imóveis, entre outros. O objetivo é obter uma rentabilidade mais elevada do que seria possível com investimentos individuais.

Segundo informação veiculada pela Comissão Europeia, “os fundos de investimento desempenham um papel fundamental para facilitar a acumulação de poupanças pessoais, quer para grandes investimentos, quer para a reforma. São também importantes porque disponibilizam as poupanças institucionais e pessoais como empréstimos a empresas e projetos que contribuem para o crescimento e o emprego”.

O investimento nestes fundos acaba por facilitar o trabalho a quem pretende investir porque não exige a pesquisa e escolha de investimentos individuais, uma vez que os fundos são compostos por uma carteira de investimentos diferentes, o que permite equilibrar eventuais perdas importantes numa área. No entanto, é preciso ter em atenção que o valor dos fundos pode não aumentar de acordo com as expectativas, ou até mesmo diminuir, o que significa que quem investe pode receber menos do que investiu inicialmente.

Como se trata de fundos detidos por vários investidores, detentores de quotas, estes
fundos são geridos através de um gestor ou instituição especializada que administra os recursos, tomando decisões e fazendo investimentos de acordo com objetivos e políticas previamente definidos e acordados.

Tipos de fundos de investimento

Existem fundos de investimento imobiliário (FII), que aplicam o capital investido “em imóveis, em unidades de participação emitidas por outros FII e em participações em sociedades imobiliárias”, explica o Banco de Portugal.

Há também os chamados fundos de investimento mobiliário (FIM), que aplicam o capital investido “em ativos como ações, obrigações ou outros valores mobiliários, incluindo unidades de participação emitidas por outros FIM”. Estes fundos de investimento mobiliário, por sua vez, contemplam:

  • Fundos de ações: Trata-se de fundos de investimento cujo capital é investido em ações (cotadas ou não) e/ou unidades de participação emitidas por outros fundos de ações. É particularmente recomendado para aqueles que desejam retornos mais elevados na sua carteira mas que não querem acompanhar o mercado financeiro de ações.
  • Fundos de obrigações: São fundos que investem em ativos de rendimento fixo, i.e., obrigações de médio e longo prazo, assim como em unidades de participação que sejam emitidas por fundos de obrigações.
  • Fundos mistos: Neste caso, fala-se de fundos que se focam em investimentos diversificados, como aplicações de rendimento fixo (títulos de dívida), aplicações de rendimento variável (ações) e unidades de participação emitidas por outros fundos mistos.
  • “Outros fundos”, segundo o Banco de Portugal onde “se incluem os fundos de capital de risco e os hedge funds”.  Os hedge funds são fundos de investimento que visam obter retornos elevados através de estratégia mais flexíveis e, muitas vezes, de maior risco. Apostam na diversificação de investimentos para assegurar rentabilidade aos investidores, independentemente das oscilações do mercado.

Na classificação dos fundos de investimento, podem ainda considerar-se os fundos abertos e os fundos fechados, designações que têm que ver com a variabilidade do capital:

  • Os fundos abertos permitem que as unidades de participação sejam emitidas, revendidas ou resgatadas.
  • Os fundos fechados são compostos por um número fixo de unidades de participação, que só podem ser adquiridas se os seus detentores decidirem vendê-las.

Como investir em fundos de investimento

Antes de escolher um fundo, é importante ter a noção de qual é o seu perfil de risco para ajudar a avaliar os fundos de investimento mais adequados para si:

  • Conservador: Prefere investimentos mais seguros e com menor volatilidade (como fundos de renda fixa).
  • Moderado: Está disposto a correr alguns riscos em troca de rentabilidade maior (pode investir em fundos mistos ou multimercados).
  • Agressivo: Busca retornos altos e aceita a volatilidade do mercado (fundos de ações ou hedge funds, por exemplo).

Depois de identificado o seu perfil, deverá informar-se sobre diferentes fundos de investimento e escolher um banco ou corretora que ofereça os fundos de investimento que pretende (não se esqueça de comparar taxas passíveis de serem cobradas, como a de administração, por exemplo). Convém também informar-se sobre a reputação do gestor responsável pela administração do fundo. Em seguida, deverá abrir conta na instituição financeira escolhida para poder adquirir as quotas do(s) fundo(s).

Após adquiridas as quotas do fundo, este passará a ser gerido pela equipa responsável, devendo, de qualquer forma ser alvo de acompanhamento. Mais tarde poderá reinvestir os dividendos ou fazer o seu resgate.              

Vantagens dos fundos de investimento  

Alguns dos principais atrativos dos fundos de investimento são os seguintes:

Acessibilidade: possibilitam acesso a investimentos que seriam difíceis ou caros para investidores individuais.                                              

Diversificação: permitem investir numa variedade de ativos, mesmo com pouco capital.

Riscos dos fundos de investimentos

Os fundos de investimento têm sempre a possibilidade de risco associado. Alguns exemplos:

  • Risco de mercado. Trata-se do risco de perder (ou ganhar) dinheiro fruto das oscilações do mercado.
  • Risco de liquidez. Risco de o investidor não conseguir aceder ao capital antes do prazo predefinido, i.e., final do prazo e/ou que o resgate antecipado do mesmo tenha custos associados.
  • Risco de diversificação. Ou falta dela, poder-se-ia dizer. Quanto mais diversificado for o investimento ou quanto maior for o número de ativos em que se investe melhor se consegue equilibrar a rentabilidade. Se, pelo contrário, se investir num único ou muito poucos ativos e estes não tenham um bom desempenho, o risco de perder dinheiro investido aumenta.
  • Risco de capital. Neste tipo de investimento, há sempre a possibilidade de se perder parcial ou totalmente o capital investido. Apesar de um maior risco poder significar maior rentabilidade, o contrário também pode acontecer.

Gestão profissional: O investimento é feito por equipas especializadas responsáveis pela tomada de decisões de investimento. Isto significa também que os fundos de investimento se revelam uma opção tanto para investidores experientes como para os menos experientes.

Fundos de investimento mobiliário em Portugal com maior rendibilidade

De acordo com a APFIPP – Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios, entre os fundos de investimento mobiliários nacionais com maior rendibilidade em 2024, contam-se (semana 21-02-2025):

Nome do fundoRendibilidade anualNível de risco
Santander Ações América – Classe C38,8€6
Montepio Euro Financial Services37,2%5
IMGA Ações América – Categoria I25,3%5
Caixa Ações Portugal Espanha22,4%5
IMGA Global Equities Selection – Categoria R19,3%5

Tome nota

Há que ter em atenção que subscrever um fundo de investimento tem custos associados a comissões várias, como a de subscrição, resgate e gestão.

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