Mantenha as crianças seguras no verão
Mantenha as crianças seguras no verão
Verão rima com família, férias e diversão, mas é também sinónimo de picadas de insetos, acidentes na água, insolações e escaldões. Saiba como proteger os seus filhos para desfrutar ao máximo da estação
Estação quente e soalheira, o verão convida a atividades em família e ao ar livre que, no que toca a segurança, escondem riscos diversos para bebés e crianças, especialmente, alguns dos quais podem ser fatais. A boa notícia, no entanto, é que com muita atenção e alguns cuidados básicos, são facilmente evitáveis, permitindo dias memoráveis na companhia daqueles que mais gostamos.
O fascínio da água
Brilho, reflexos, movimento, cor, poder refrescante… para uma criança são muitos os atrativos da água. Por isso não é de estranhar o fascínio exercido pelas piscinas, mar, rios, lagos, lagoas, tanques e, inclusive, a banheira, todos locais propensos a acidentes, alguns fatais.
Em Portugal, de acordo com a APSI – Associação para a Promoção da Segurança Infantil, “o afogamento continua a ser a segunda causa de morte acidental nas crianças”, por isso, é muito importante que os cuidados com os mais pequenos sejam redobrados:
- Certifique-se de que antes de entrarem na água (piscina, mar, praia fluvial, lagoa…), as crianças estão protegidas com braçadeiras, coletes ou fatos flutuadores, boias adaptadas, entre outros;
- Não perca as crianças de vista, mesmo as que sabem nadar. É por isso essencial haver sempre uma pessoa explicitamente responsável por vigiá-las, sobretudo em locais com muita gente, um cenário propício a distrações e risco acrescido de acidentes. Esta é aliás uma das razões para os afogamentos em piscinas durante uma festa ou em locais públicos;
- Se tiver de sair da área, leve as crianças consigo ou designe outra pessoa para as manter sob vigilância;
- Crianças e água por perto é algo que requer atenção total e contacto visual a todos os momentos. Para evitar distrações, ponha o telemóvel de parte e não tire os olhos da(s) criança(s) enquanto estiver(em) dentro de água ou nas proximidades.
Estou aqui
O apelo do ar livre na estação mais quente do ano é irresistível, o que significa, mesmo com as limitações da pandemia, que é fácil perder de vista crianças pequenas em espaços públicos, um dos grandes pesadelos dos adultos. Dada a curiosidade e a irrequietude que caracterizam os mais novos, é natural que estes se afastem atrás de uma bola colorida, de outras crianças a brincar ou de um qualquer adulto que confundam com um dos pais. A pensar nisso, a PSP desenvolveu o programa Estou Aqui, que através de uma pulseira – gratuita e destinada a crianças dos 2 aos 10 anos – com um código alfanumérico possibilita, com uma chamada para o 112, o contacto imediato e o reencontro com os pais ou responsáveis se a criança se perder.
Sol e calor com conta, peso e medida
A exposição solar e o calor excessivo são outros dos aspetos a ter em atenção nos dias de verão, em particular no caso dos bebés e crianças, particularmente sensíveis:
- “Os bebés com menos de 6 meses não devem ser sujeitos a exposição solar e deve evitar-se a exposição direta de crianças com menos de 3 anos”, indica a Direção Geral de Saúde. Devem assim ficar à sombra, não só porque se queimam facilmente, o que gera desconforto ou em situações mais graves necessidade de intervenção médica, mas também porque o risco de cancro de pele na idade adulta duplica em caso de queimaduras solares na infância. E lembre-se, mesmo à sombra é possível sofrer-se de queimaduras;
- Os bebés deverão ser vestidos com roupa que cubra o corpo, usar chapéus de abas largas para proteção do rosto e pescoço e óculos de sol. As áreas não cobertas, caso das mãos, rosto e pés deverão ser protegidas com protetor solar;
- O protetor solar, sempre com FPS ≥50, deve ser aplicado SEMPRE, 30 minutos antes da exposição e renovado a cada 1h30 ou 2h e sempre que se for à água;
- A exposição ao sol deve ser progressiva em todas as idades, começando-se por poucos minutos e aumentando gradualmente ao longo dos dias;
- As crianças só devem ser expostas ao sol até às 11h e depois das 17h e nunca entre as 12h e as 16h;
- Procure o aconselhamento de um profissional de saúde em caso de formação de bolhas por exposição solar ou queimaduras (escaldão) graves.
No carro
Se está a pensar viajar de carro, verifique antes a pressão dos pneus e os níveis do óleo, líquido do radiador, etc.
- Não deixe crianças fechadas no carro, mesmo que as janelas fiquem ligeiramente abertas – o mesmo conselho aplica-se também aos animais de estimação –, já que as temperaturas no interior dos veículos podem subir rapidamente;
- Em veículos sem ar condicionado, programe as viagens para a noite, de preferência, para maior conforto de todos, sobretudo os mais pequenos;
- Leve sempre água e alguns snacks.
Picadas de insetos
Além da comichão incómoda, as picadas de mosquitos e pulgas podem transmitir doenças várias. Para minimizar o risco de picada, o uso de repelente é um dos métodos mais eficazes bem como o uso de roupa que cubra braços e pernas, devendo por isso ser leve. Mosquiteiros nas janelas e portas ou à volta da cama/berço/carrinho são outra opção a considerar.
Na hora de comer
Devido às temperaturas elevadas, um dos aspetos a ter em consideração é o perigo de desidratação, por isso é importante aumentar a ingestão de água, que pode ser feita através também de sumos naturais, sopas frias, etc.
Dê preferência a alimentos leves e tenha em atenção que o verão é uma época propícia a distúrbios alimentares. Tenha cuidado com alimentos como ovos, leite, iogurtes, marisco, peixe cru, por exemplo. Mantenha-os sempre à temperatura recomendada e descongele os alimentos no frigorífico e não à temperatura ambiente.
Fora de casa, deve ainda evitar alimentos que se alterem facilmente com o calor, como a maionese e dar preferência a fruta, frutos oleaginosos, pão e legumes lavados.
A tempo e horas? Nem sempre
Sinónimo de descontração, as férias de verão querem-se livres de obrigações e horários rígidos, caracterizando-se regra geral por uma maior flexibilidade de rotinas a que as crianças aderem facilmente. Atenção, no entanto, se tiver filhos até aos 3 anos, o melhor é não descurar alguns hábitos essenciais, como as horas de sono e as refeições, para evitar birras e mau humor. E nos mais velhos, apesar de poder haver alguma flexibilidade de horários, deve-se assegurar sempre o número de horas de sono recomendado.