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Impacto do fim das moratóriasImpacto do fim das moratórias

Como reduzir o impacto do fim das moratórias nas suas finanças

Como reduzir o impacto do fim das moratórias nas suas finanças

Com o fim das moratórias, rever os encargos deve ser uma prioridade de forma a (re)equilibrar as suas finanças

No último ano e meio, no contexto da pandemia de covid-19, foram muitas as famílias que perderam rendimentos, devido a desemprego, lay-off ou falência de negócios, recorrendo a moratórias de crédito para aliviar ou mesmo conseguir fazer face aos encargos mensais.

Para quem recorreu às moratórias, passar em revista os encargos mensais pode ser a chave para reequilibrar as finanças e otimizar a gestão do seu orçamento familiar.

Reveja o orçamento familiar

Uma vez que as moratórias chegam ao fim, é a altura indicada para rever e atualizar o orçamento de acordo com os rendimentos e despesas atuais, de forma a assegurar os seus compromissos financeiros, algo que se deve habituar a fazer com alguma regularidade. Saber exatamente em que estado se encontram as suas finanças, nesta fase, é absolutamente essencial. Não menos importante é saber para onde vão os seus rendimentos – só assim pode saber onde e como poupar.

Se beneficiou de moratórias, tenha em atenção que os seus encargos familiares poderão sofrer aumentos significativos, por isso, se ainda não o fez, apresse-se a falar com o seu banco para perceber como é que as suas finanças serão afetadas. Se necessário, procure renegociar com a instituição financeira. Se tiver crédito habitação há mais de dois anos, renegociar as condições pode ser um bom ponto de partida. Tem ainda a possibilidade de transferir o crédito para outra instituição financeira com melhores condições.

Consolide os vários créditos

Muitas famílias têm mais do que um crédito (habitação, automóvel, etc.). Neste caso, consolidá-los todos num só é uma opção a considerar. Para isto terá de pedir um crédito para liquidar todos os que tem, reduzindo as taxas de crédito e prolongando o prazo. Passa a pagar uma prestação única, despendendo menos do que a soma de todas as prestações anteriores, o que lhe pode permitir poupar ou pelo menos assegurar o pagamento da prestação todos os meses.

Consolide os créditos na casa

Procure junto do seu banco ou intermediário financeiro renegociar as atuais condições de crédito, nomeadamente no que diz respeito à habitação. Em alternativa, pode juntar vários empréstimos ao crédito habitação, usufruindo de um prazo mais alargado – neste caso, aproveite ainda para rever os seguros que lhe estão associados, o que lhe permite uma poupança adicional. Não se esqueça de que os seguros de vida e multirriscos associados ao crédito habitação não têm de ser contratados no banco onde tem o crédito habitação, podendo haver opções mais baratas no mercado. Aproveite e reveja todos os seguros. Use os simuladores disponíveis para saber se vale ou não a pena mudar. Não perde também por falar com as suas seguradoras em busca de opções alternativas que impliquem menores custos.

Em todo este processo, convém analisar bem todos os custos e pôr todas as questões que tenha. Em caso de dúvida, pode sempre consultar diferentes instituições financeiras e solicitar uma simulação.

Carência de capital pode ser uma opção

Para as famílias em situação financeira fragilizada, existe também a opção de pedir a carência de capital que permite pagar apenas os juros do empréstimo por um período variável entre 6 e 24 meses. Nos casos em que se está a pagar apenas capital, por aplicação da taxa Euribor negativa, a prestação, se se optar pelo regime de carência, pode ser nula. Informe-se junto do seu banco para saber se se aplica à sua situação e quais as condições. Este pedido está sujeito a autorização por parte do banco e não se aplica apenas ao contexto covid: em caso de desemprego, doença, etc., já antes podia ser solicitada.

Atenção

O valor total dos créditos não deve nunca ultrapassar 35% do rendimento mensal familiar, sob pena de incorrer em sobre-endividamento, algo que deve manter sempre em mente ao contratar e/ou renegociar créditos.

Para confirmar qual a melhor opção para o seu caso, o ideal é falar sempre com a instituição financeira, dado estas estarem sensibilizadas para as dificuldades que muitas famílias estão a enfrentar e, naturalmente, empenhadas em encontrar a melhor solução para todas as partes.