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Rumo a uma mobilidade mais sustentávelRumo a uma mobilidade mais sustentável

Rumo a uma mobilidade mais sustentável

Rumo a uma mobilidade mais sustentável

Com menos emissões poluentes e menores custos de consumo e de manutenção, os veículos elétricos são o futuro da mobilidade. Conheça os diferentes aspetos a explorar para uma melhor tomada de decisão

Se trocar de carro é um dos planos para este ano, é provável que já se tenha questionado quanto à melhor opção, a começar logo pela escolha entre um veículo elétrico, híbrido ou a combustão.

Uma passagem de olhos por um ou dois sites de marcas de automóveis é suficiente para se perceber que a oferta deste setor é vastíssima e que os modelos, dos 100% elétricos aos convencionais a gasolina, parecem multiplicar-se, o que pode dificultar a escolha da solução mais conveniente, embora o custo total ao longo da vida seja um bom ponto de partida. E aqui os elétricos destacam-se pela positiva. Em caso de dúvida, pode experimentar a app EDP EV.X (Android e iOS), que lhe ajuda a perceber se a mobilidade elétrica se adequa ao seu dia a dia.

A médio e longo prazo, há que ter em conta que os carros a gasolina ou diesel têm os dias contados, prevendo-se que a Europa seja o primeiro continente a abolir este tipo de veículos, provavelmente ainda nesta década, com a implementação da norma Euro7 (aguardada para 2025), cuja exigência em termos de emissões poluentes se crê vir a agravar bastante os custos de produção.

Portugal parece avançar a largos passos neste sentido. No passado mês de fevereiro, “pela 1.ª vez em Portugal, a quota de mercado dos veículos 100% elétricos ultrapassa a quota de mercado dos veículos com motores a gasóleo na categoria de ligeiros de passageiros”, tendo-se registado “um novo recorde mensal de venda de veículos 100% elétricos”, noticiou a UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos.

Combustão, elétrico, híbrido e plug-in

A diferença entre veículos a combustão (gasolina e diesel), elétricos, híbridos e plug-in é simples: o motor e a emissão de CO2.

Os veículos a combustão são aqueles que podemos designar como mais convencionais, ou seja, são movidos exclusivamente por um motor de combustão interna, funcionando com combustíveis fósseis (gasolina ou diesel), responsáveis pela emissão de CO2.

Os carros elétricos, como o nome indica, são veículos movidos apenas a energia elétrica. Não usam combustível fóssil nem emitem CO2, o que em termos ambientais é uma enorme vantagem. Tal como os encargos com a sua manutenção, que são mínimos.

Os híbridos combinam motor a combustão com motor elétrico, reduzindo o consumo (que é maior do que o dos carros totalmente elétricos) e aumentando a autonomia, já que quando a bateria elétrica falha, o motor a combustão substitui-a, assegurando a rodagem por mais quilómetros. Já os híbridos plug-in, que possuem também um motor de combustão e um motor elétrico, distinguem-se dos anteriores por uma maior autonomia e por permitirem que seja o condutor a fazer a gestão do sistema, i.e., conduzir apenas com um dos motores à escolha ou em modo automático. Qual a vantagem? Como a maioria das distâncias percorridas no dia a dia não costuma ser superior a 50 km, desde que se tenha o cuidado de carregar regularmente o carro, não precisará de recorrer a combustível fóssil, e sempre que precisar de fazer viagens mais longas, o motor a combustão permite-lhe chegar ao destino sem se preocupar com a localização dos postos de carregamento.

Entre os elétricos mais amigos do ambiente, contam-se, segundo o Green Journal, estão o Nissan Leaf, o Tesla model 3, o BMW i3, o Renault Zoe. No caso dos híbridos, a Forbes, no ano passado, destacou o Toyota Prius, o Hyundai Ionic ou o Toyota Corolla. A lista, no entanto, não se fica por aqui, já que a oferta no setor cresce de dia para dia.

Autonomia

Atualmente, os avanços feitos nesta área já permitem percorrer mais de 700 km com um carro 100% elétrico sem necessidade de parar num posto de carregamento pelo caminho – o Mercedes EQS anuncia 784 km, por exemplo. Se costuma fazer frequentemente viagens muito longas, este é um fator a ter em conta; o normal porém, para a maioria das pessoas, é percorrer-se uma distância total diária relativamente curta (entre casa, emprego, supermercado, ginásio, etc.). Os híbridos e híbridos plug-in são uma alternativa possível se o objetivo for uma mobilidade mais sustentável, têm um custo total de vida mais elevado do que os 100% elétricos, mas inferior aos de combustão.

Consumo

Se, no que toca ao investimento inicial, um automóvel convencional é mais barato, o custo mais elevado dos elétricos acaba por se diluir ao longo da vida, graças ao consumo significativamente mais económico. De acordo com a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE), em fevereiro, percorrer 100 km com um automóvel com motor elétrico teve um custo entre 2,30€ (carro carregado em casa, com base num preço médio de 0,14€/kWh, tarifa bi-horária), 3,43€ (carro carregado em casa, com base num preço médio de 0,20€/kWh, tarifa simples) e 6,97€ (carregamento na rede Mobi.e com um custo médio de 0,41€/kWh). Isto considerando um automóvel 100% elétrico que consuma em média 16,9 kWh/100 km. Estes valores poderão ser ainda mais reduzidos se algum ou vários carregamentos forem feitos nos postos de carregamento instalados em vários espaços de hotelaria, restauração, lazer, etc., gratuitos para os clientes.

No caso dos veículos a combustão, gasolina e a gasóleo, os valores sobem para 9,79€/100 km para um automóvel a gasolina (considerando um consumo médio de 5,6 litros/100 km e um preço médio de 1,75€/litro de gasolina) e 7,49€ para um automóvel a diesel (tendo em conta um consumo médio de 4,6 litros/100 km e um preço médio de 1,63€/litro de gasóleo).

Infraestrutura de carregamento/abastecimento

Para carregar um carro elétrico ou um híbrido plug-in terá necessariamente de o fazer em casa ou num dos postos de carregamento públicos disponíveis de norte a sul do país, numa rede atualmente em expansão. Se a sua residência for o local preferencial, convém ponderar a instalação de uma wallbox, bastante fácil, evitando assim ter de esperar cerca de 20 horas para um carregamento da bateria na ordem dos 80% numa tomada convencional. A alternativa é recorrer a um posto de carregamento público, como os da Mobilelectric ou Mobi.e.

Manutenção

Não é só o combustível que fica mais barato no final do mês. Um veículo elétrico tem uma quantidade muito inferior de peças móveis (cerca 1%) quando comparado com os a combustão, o que significa uma poupança bastante considerável em manutenção, a começar logo pela revisão, por norma apenas necessária a cada 50 mil quilómetros.  O mesmo se aplica ao desgaste das pastilhas de travões, muito inferior – também não será necessária a substituição do óleo do motor, nem de filtros ou correias, por exemplo.

Garantia

O período de garantia é uma das questões a ter em conta e que deve verificar antes da aquisição, sobretudo por uma questão de comparação, uma vez que as garantias dadas aos veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in são bastante extensas, chegando aos oito anos.

Menos impostos

Se optar por um veículo 100% elétrico terá isenção do Imposto Único de Circulação (IUC) e de Imposto Sobre Veículos (ISV). Para as empresas, são também isentos de Tributação Autónoma em sede de IRC e o IVA – Imposto de Valor Acrescentado é dedutível. Poderá ainda candidatar-se ao Incentivo pela Introdução no Consumo de Veículos de Baixas Emissões, um benefício monetário criado pelo Estado português como forma de promover a compra de veículos elétricos, divulgado pelo Despacho n.º 3169/2020.

No entanto, se se tratar de um híbrido ou plug-in, estes apoios são mais limitados, estando disponíveis para os que apresentem autonomia elétrica mínima, no modo elétrico, de 50 km e emissões oficiais inferiores a 50 g CO2/km.