Como fazer face à subida da Euribor em oito passos
Como fazer face à subida da Euribor em oito passos
Se tem um crédito, é provável que o anúncio da subida da taxa Euribor lhe tenha provocado alguma ansiedade, especialmente no que toca ao crédito à habitação. Se for o caso, as dicas que temos para si podem ajudar.
A subida das taxas Euribor implica o aumento da prestação mensal do crédito habitação, uma situação que se refletirá no orçamento e que obrigará a um reajuste na gestão das finanças pessoais. Mas comecemos pelo princípio. O que são as taxas Euribor?
As taxas Euribor – Euro Interbank Offered Rate – são taxas de juro de referência do mercado interbancário europeu. São usadas para calcular os juros dos depósitos bancários ou créditos como o da habitação ou pessoais. No total, trata-se de cinco taxas, com os diferentes prazos: uma semana, um mês, três meses, seis meses, doze meses. Em termos práticos, isto significa que, se a Euribor subir, a prestação dos créditos também sobe, especialmente o crédito habitação com taxa de juro variável – precisamente aquele que, por norma, tem maior impacto no orçamento familiar. O impacto da subida desta taxa pode fazer-se sentir de forma significativa e já levou ao sobre-endividamento de muitas famílias num passado não muito distante.
Leia também: Oito dicas para usar bem o reembolso de IRS
Passo 1
Se tem um contrato de crédito à habitação com taxa variável – no nosso país, a maioria dos créditos habitação são de taxa variável e estão indexados à Euribor (a 3, 6 ou 12 meses) –, começar já a antecipar as dificuldades para impedir um efeito tipo bola de neve é o primeiro passo a dar. Isto requer desde logo olhar para o orçamento familiar e “reajustar hábitos de consumos, promovendo uma vida financeira mais robusta, preparada para fazer face a imprevistos”, adverte a DECO.
Passo 2
Renegociar o seu crédito, nomeadamente o spread, é o passo que deve seguir-se. O spread é uma das parcelas das taxas de juros dos empréstimos (Euribor + spread). Como é uma taxa de juro que é fixa e contratualizada com o banco, o spread é passível de renegociação com o seu banco. Esta é uma boa altura para contactar o seu banco ou instituição financeira e tentar encontrar, em conjunto, uma solução que agrade a ambas a partes. Se não lhe for dada margem de manobra, poderá ser vantajoso transferir o crédito para outra instituição – informe-se previamente dos vários spreads oferecidos.
Passo 3
Antes de transferir o crédito informe-se sobre a possível vantagem – ou não – de mudar a taxa variável para fixa. Analise bem os números à sua frente, não se precipite e levante todas as questões que tiver. A taxa de juro fixa pode evitar outros sustos futuros, se a situação se inverter e a Euribor descer, não sentirá este efeito na sua prestação mensal.
Passo 4
Simulações precisam-se. Além de olhar para o orçamento e tentar ver como o pode esticar para acomodar esta subida da Euribor, use e abuse das simulações. Peça não só ao seu banco como a outras instituições simulações de diferentes opções, com diferentes taxas, o que lhe garante uma maior margem de manobra. E, claro, leia todas as letras, mesmo as mais pequenas.
Passo 5
Consolidar crédito é outra opção a ter em conta. Para quem tem outros créditos, poderá compensar consolidá-los num só, especialmente se a taxa de esforço for elevada. Ao prolongar o prazo, a prestação diminui, o que lhe dá maior folga para suportar o aumento da do crédito habitação.
Passo 6
Negociar um período de carência de capital. Neste caso, o que acontece é que, durante um período acordado, ficará apenas a pagar juros, não amortizando capital. Ficará com uma prestação mais reduzida, que pode representar um alívio para muitas famílias. Todavia, há que ter bem presente que, findo esse período, a prestação mensal voltará a aumentar, pois vai estar a pagar não só os juros como o capital em dívida.
Passo 7
Sensibilizar toda a família. É importante que toda a família esteja a par das mudanças que se avizinham. Desta forma todos serão mais recetivos à necessidade de alteração de hábitos com vista a uma maior poupança.
Passo 8
Fazer eventualmente um novo seguro de vida. Apesar de exigido no crédito habitação, o seguro de vida não tem de ser contratado ao banco, por isso faça uma prospetiva de mercado em busca de seguros de vida financeiramente mais vantajosos e, se encontrar, troque. Todas as ajudas são válidas.
Leia também: Como fazer face à subida generalizada de preços. Dicas para esticar (ainda) mais o orçamento.