Sete conselhos essenciais para uma boa gestão das finanças pessoais em 2023

Com um ano novo a iniciar-se não há altura melhor para fazer o balanço do que passou e investir numa boa gestão das finanças pessoais. Ficam algumas sugestões para fazer face a 2023 da melhor forma.

Ano novo, vida nova, costuma dizer-se, e no que toca à saúde das suas finanças há sempre espaço para melhorar e fazer as melhores escolhas. Com 2023 ainda a dar os primeiros passos, está bem a tempo de passar as suas finanças em revista e definir objetivos financeiros e as estratégias que permitam alcançá-los.

Poupar (mais)

Um dos objetivos financeiros mais importantes, conseguir poupar, requer alguma disciplina, especialmente num ano que promete ser já de si desafiante. Comece por definir uma percentagem dos seus rendimentos para transferir automaticamente para uma conta criada especificamente para o efeito. O ideal será um valor nunca abaixo dos 10-15% – não sendo possível, defina um valor inferior, mas não deixe de o fazer.

Poupar passa também por mudar alguns hábitos, a maioria simples, como evitar fazer compras por impulso e nunca fazer compras, sobretudo as de supermercado, sem ver primeiro o que tem em casa e fazer uma lista. Ajuda também aproveitar as promoções – habitue-se a ver os folhetos –, comprar produtos de marca branca ou em segunda mão sempre que possível. Planear refeições, trocar o pequeno-almoço fora por um mais nutritivo e barato em casa e levar marmita para o local de trabalho/estudo são outros dos comportamentos que ajudam a permitir aumentar o pé-de-meia.

Com os preços da energia a disparar, redobrar os cuidados em casa e analisar a oferta existente são medidas a que não pode escapar, sob pena de ver a fatura subir exponencialmente. É também boa ideia rever os contratos de serviços como telecomunicações e tentar negociá-los.

Aderir aos transportes públicos, se viável, é outra boa decisão financeira, já que lhe permitirá poupar não só em combustíveis como em manutenção e portagens.

Imprescindível: fazer um orçamento

Por mais voltas que se dê, gerir as suas finanças passa necessariamente por ter um orçamento e ter uma noção exata do dinheiro que aufere e das despesas que tem e até mesmo das que poderá ter, pois os imprevistos acontecem. Avarias no carro ou em casa, acidentes, problemas médicos, etc., podem acontecer a todos, podendo comprometer o equilíbrio financeiro. Fazer uma lista das despesas mensais permite-lhe ainda distinguir o que é essencial do que é supérfluo e cortar nesta última categoria se necessário.

Assegurar um bom histórico de crédito

Se contraiu algum empréstimo ou usa cartão de crédito para compras, o seu nome está registado no Banco de Portugal juntamente com a sua atividade financeira, que pode ser consultada por si ou pelas instituições financeiras, na hora de decidirem atribuir-lhe um crédito. Manter um bom histórico de crédito, leia-se manter os pagamentos em dia, é essencial para aprovação de créditos financeiros futuros.

Estar atento ao seu Mapa de Responsabilidades de Crédito, disponível na Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal permite-lhe igualmente detetar atividade fraudulenta ou irregularidades.

Por falar em atividade fraudulenta, habitue-se a consultar regularmente os extratos das suas contas e cartões de crédito para detetar e denunciar irregularidades.

Adotar um método de rastreio do seu dinheiro

Seja uma folha de cálculo do Google Sheets ou uma das várias aplicações criadas especificamente para o efeito, como a Mint, a Spending Tracker ou a Moni, entre outros exemplos possíveis, ou um simples bloco de notas, ajuda-o a manter-se informado sobre as suas despesas, do simples café pela manhã aos jantares com os amigos, essencial para uma boa gestão das suas finanças.

Considerar consolidar os créditos

Se tem mais do que um crédito, consolidá-los poderá ser uma forma de ver reduzida a prestação total mensal. Informe-se sobre as potenciais vantagens junto da entidade financeira e veja o que é mais vantajoso.

Aderir a um PPR

Fazer um plano poupança-reforma (PPR) garante-lhe não só benefícios fiscais como lhe permite assegurar dinheiro de parte para a sua reforma ou eventual emergência. Com depósitos regulares variáveis – tornam-se bastante acessíveis. Analise e pense nisso.

Não esconder a cabeça na areia

Perda de rendimentos, por desemprego, baixa médica, por exemplo, ou aumento do custo de vida podem levar a que os rendimentos sejam insuficientes para fazer face às despesas. Se isto acontecer, não fique à espera que a situação se resolva por si. Isto é o pior que pode fazer. Assim que se aperceber de problemas e antes de entrar em incumprimento, procure falar com as instituições de crédito em questão ou recorra, por exemplo, à Rede de apoio ao consumidor endividado.