Notas em Dia
2023 mais sustentável – oito dos muitos hábitos que pode adotar já2023 mais sustentável – oito dos muitos hábitos que pode adotar já

2023 mais sustentável – oito dos muitos hábitos que pode adotar já

2023 mais sustentável – oito dos muitos hábitos que pode adotar já

Fazer escolhas socialmente responsáveis, mudando hábitos de consumo, pode ter um impacto significativo no ambiente e também na carteira. Saiba por onde começar.

Através das suas opções no dia a dia, com pequenos esforços, pode contribuir para fazer a diferença e ajudar a tornar o planeta um mundo melhor e, não menos importante, é também uma forma de economizar nas despesas diárias e conseguir poupar mais no final de cada mês.

Uma expressão ouvida frequentemente nos últimos tempos, ser sustentável, é acima de tudo fazer escolhas e ter atitudes socialmente responsáveis. Isto passa sobretudo por alterar ou adaptar hábitos de consumo. Da mudança para uma economia circular à forma como utilizamos a água ou como viajamos, por exemplo, é um exemplo de pequenas coisas que podemos mudar.

À mesa

Reduzir o consumo de carne e peixe, ou seja, os bens de origem animal, e aumentar o de legumes e vegetais é algo que devemos mesmo tentar. Trata-se de uma mudança que não tem de ser radical. Poderá começar por experimentar um ou dois dias por semana sem ingerir alimentos de origem animal (sem carne, peixe, ovos ou laticínios, por exemplo). As receitas vegetarianas e vegan multiplicam-se na Internet, em livros e revistas, verdadeiras surpresas para o paladar. Das entradas aos snacks e sobremesas, há muito mesmo para experimentar. A pesca excessiva e a criação intensiva de gado estão entre os principais responsáveis pela crescente destruição da biodiversidade dos oceanos e pela emissão de gases de efeito de estufa, respetivamente.

Uma alimentação à base de plantas – que não impede de comer carne, peixe, ou laticínios, implicando antes uma maior escolha de alimentos vegetais – está ainda associada a uma maior longevidade e a um menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e diabetes, sustenta a Faculdade de Medicina de Harvard. Sempre que comer alimentos de origem animal, praticamente metade do prato deve ser legumes e fruta.  

E já que falamos em alimentação, habitue-se a comprar maioritariamente produtos locais e de época: mais acessíveis em termos de preço, são mais saborosos e nutritivos e têm uma menor pegada ecológica, por exigirem menores distâncias percorridas (avião, barco, camião), logo menos emissões de CO2, menos conservantes e menor necessidade de cadeias de frio para conservação.

Não menos importante, reduza o desperdício alimentar. Habitue-se a planear as refeições passando em revista o que tem em casa, compre apenas as quantidades necessárias e sempre com lista, aproveite as sobras para outras refeições, opte por produtos imperfeitos e em final de validade – além de reduzir o desperdício evitando que vão para o lixo sem serem aproveitados, os preços são mais baratos.

Aposte na eficiência energética

Não menos importante, na hora de trocar de frigorífico, forno, fogão e outros eletrodomésticos usados para a preparação e confeção de alimentos, escolha os mais eficientes em termos energéticos.

Investir numa casa mais sustentável e mais eficiente é uma boa aposta, não só em termos financeiros e ambientais, mas também de conforto e qualidade de vida. Das janelas ao isolamento térmico, à instalação de painéis solares, nem sempre é preciso muito para sentir os efeitos no conforto e nas faturas de consumo. Além de financiamento para melhorar o seu lar, pode candidatar-se a um apoio do Fundo Ambiental, sempre uma boa notícia para as suas finanças pessoais.

Leia também: Renovar a cozinha tornando-a mais eficiente

Poupe água

Esforçarmo-nos por poupar água, além de reduzir a respetiva conta a pagar no fim, evita o consumo exaustivo dum recurso natural essencial à vida cada vez mais escasso. Consumir água de forma responsável e consciente é também a melhor forma de assegurar a sua presença nas torneiras ao longo de todo o ano. Em determinadas alturas do ano, as restrições no fornecimento de água relembram-nos a sua escassez, havendo muitas zonas do planeta com acesso limitado – a escassez de água afeta já um quarto da população mundial.

É precisamente por isto que todos os esforços para poupar são bem-vindos. Do fechar a torneira enquanto lava os dentes, se ensaboa ou aplica champô no cabelo, tomar duches mais curtos, fechar bem as torneiras, lavar roupa e loiça apenas com as máquinas cheias e usar a água que corre na torneira até aquecer para o autoclismo ou limpeza, são mesmo muitos os pequenos cuidados que podemos ter.

Leia também: Oito gestos eficazes para preservar água

Compre menos e mais durável

Atualmente compramos e produzimos exponencialmente mais do que há 50-100 anos e também deitamos fora milhões de toneladas de matérias-primas e produtos. Comprar apenas aquilo de que precisa, optar por materiais melhores e mais duráveis para que possam ser reaproveitados, reparar eletrodomésticos e outros dispositivos em vez de os trocar logo que se avariam ou que seja lançado um novo modelo ou doar o que está em boas condições ao invés de deitar fora, são alguns dos hábitos que é necessário começarem a ser adotados.

Prefira ainda marcas ecorresponsáveis. Sempre que possível escolha produtos recarregáveis ou em embalagens amigas do ambiente, no lugar de embalagens descartáveis. Atualmente já é possível levar embalagens para comprar a granel ou takeaway. Não menos importante, evite comprar água engarrafada – use uma garrafa própria reutilizável. É um esforço mínimo da sua parte com enorme impacto nos ecossistemas marinhos, por exemplo.

Minimize o desperdício eletrónico

A velocidade, alucinante nalguns casos, a que se adquirem dispositivos eletrónicos tem vindo a refletir-se num crescimento proporcional de lixo eletrónico perigoso no planeta. Antes de se precipitar a comprar o mais recente gadget, pense duas vezes. Lembre-se de que além do lixo que originam, são feitos com materiais perigosos e recursos preciosos como cobalto ou lítio, entre outros, minerados com recurso a exploração de mão de obra, muita da qual infantil. Uma opção podem ser os recondicionados.

Na hora de se desfazer dos mesmos, deposite-os em pontos apropriados ou doe a instituições se ainda funcionarem.

Diga mais vezes não ao papel

Prefira sempre faturas eletrónicas, sejam de eletricidade, água e gás, telecomunicações ou mesmo supermercados e outras áreas comerciais. Na relação com o seu banco, dos extratos de conta e de cartão de crédito à gestão da sua conta, privilegie os canais digitais. Além de poupar árvores, é menos papel deitado fora. Já agora, sempre que tiver papel para o lixo, recicle sempre que possível.

Viaje mais verde

Viajar é responsável por uma fatia significativa das emissões anuais de gases com efeitos de estufa, o que significa que também aqui há mudanças a fazer. Escolha empresas com compensação de carbono, através do financiamento de projetos alinhados com os objetivos de desenvolvimento sustentável ou comunitários, por exemplo. Prefira deslocar-se a pé ou de bicicleta em distâncias mais curtas. O comboio é também uma boa opção. 

Nas deslocações diárias, prefira os transportes públicos para distâncias maiores; na sua impossibilidade, considere a mudança para veículos mais verdes. No que toca às distâncias mais curtas, a mobilidade suave é uma opção a ponderar.

Reduza o lixo, recicle e reutilize

Não há outra forma de dizer isto: produzimos demasiado lixo! Em Portugal, cada um de nós produz quase 500 quilos de lixo por ano. Isto significa que há muito da nossa parte a fazer, a começar pela adoção de um estilo de vida mais minimalista.

Não compre por impulso – a sua carteira também agradece e muito. E de preferência também nunca compre sem fazer lista. E para fazer listas passe o frigorífico, a despensa, o roupeiro e as gavetas em revista. É frequentemente longa a lista de coisas que tem em casa guardadas das quais já não se lembra, nem sequer de que as comprou. No que respeita ao vestuário e calçado, isto é evidente e comprovam-no as  toneladas de roupa que todos os anos vão parar aos aterros, já para não falar da enorme pegada ecológica da indústria da moda. E, já que o tema é moda, reutilize, transforme peças de roupa, use-as quando já não estiverem em condições como panos de limpeza ou para fazer sacos de compras, doe-as para instituições ou ateliers que as transformem.

Recicle, recicle, recicle! Plástico, embalagens, papel, vidro, pequenos eletrodomésticos, óleos alimentares usados, pilhas, lâmpadas, rolhas, tampinhas de plástico, há (eco)pontos para recolha de muito do nosso lixo. Utilize-os corretamente. 

Adira ao plogging

Das palavras suecas plocka upp (apanhar) e jogga (correr) nasceu o plogging, que se traduz por apanhar lixo enquanto se corre, caminha ou se fazem outras atividades na natureza, uma forma de reduzir o lixo, sobretudo o plástico. Sempre que for à praia, por exemplo, pode também convidar todos os elementos da família ou amigos a recolherem três objetos de plástico abandonado para posterior colocação no ecoponto respetivo.