Proteja-se contra a inflação em quatro passos
Proteja-se contra a inflação em quatro passos
De acordo com o Banco Central Europeu, fala-se de inflação quando há um “aumento geral dos preços”, ou seja, “a inflação ocorre quando se verifica um aumento geral dos bens e dos serviços, não apenas de artigos específicos. Significa que com 1 euro se compra menos hoje do que ontem. Por outras palavras, a inflação reduz o valor da moeda ao longo do tempo.”
A subida generalizada de preços atual deve-se a vários fatores, como a retoma económica após os confinamentos da pandemia, a que a oferta não conseguiu responder (problemas nas cadeias de distribuição, falta de mão de obra, etc.). A isto viria a aliar-se a guerra na Ucrânia e o confinamento da China devido a um acréscimo de casos de covid pouco tempo depois, com efeitos sobre a produção industrial e logística a nível mundial.
Fundo de “maneio”
As poupanças são sempre uma boa rede de segurança em caso de crise, permitindo gerir os tempos mais duros e/ou imprevistos; esta é aliás a razão de se recomendar ter um fundo de emergência correspondente a cerca de seis salários.
Reveja os gastos pessoais/familiares
Com os preços dos cabazes de bens essenciais a subirem de dia para dia, prestação do crédito incluída, é imperativo fazer uma análise às despesas pessoais/familiares e começar a fazer cortes, não só nos gastos ditos supérfluos, mas também nos essenciais. Com um futuro ainda muito incerto, há que se preparar para o pior, esperando o melhor.
Esta poderá também ser uma boa altura para alterar alguns hábitos de vida, como adotar uma mobilidade suave, andar mais a pé, de bicicleta ou transportes públicos, restringir o consumo de carne e refeições processadas, fazer compras mais conscientes, experimentar cabazes de produtores locais, mais em conta e com menor pegada de carbono, celebrar o Natal de forma mais sustentável.
Uma coisa é certa, fazer contas terá de se tornar parte importante do dia a dia. Comparar preços, ter em atenção as promoções, comprar a granel, optar por marcas brancas e produtos sazonais, são formas de esticar o orçamento.
Consolidar os créditos pode ser uma opção
Se tiver mais do que um crédito, deverá analisar a sua consolidação num só, o que lhe poderá trazer condições mais vantajosas, nomeadamente no que toca à mensalidade, que poderá ver reduzida.
Investir pode compensar, mas só com algum risco
Com a rentabilidade dos depósitos bancários quase a zero, quem quiser ver o seu dinheiro crescer terá de assumir algum risco, afirmam os especialistas, sem, no entanto, deixarem de salientar a importância dum fundo de emergência, especialmente devido à sua liquidez imediata.
Se decidir investir dinheiro em aplicações, não meter os ovos todos no mesmo cesto é a regra de ouro, já que se trata de uma forma de minimizar os riscos. Assim, procure diversificar os investimentos, tal como os prazos e o nível de risco. Não menos importante é assegurar-se de que investe em entidades registadas e/ou autorizadas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Ativos como as obrigações indexadas à inflação, matérias-primas, imobiliário, commodities, energias renováveis, infraestruturas ou fundos de investimento são uma opção a considerar, tal como apostar em empresas cotadas que pagam bons dividendos, i.e., parte do lucro das empresas que é distribuído pelos acionistas. Esta pode ser igualmente uma boa altura para investir num plano de poupança-reforma.