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Gases de efeito de estufa: o que são, porque são nocivos e como podemos reduzi-los?Gases de efeito de estufa: o que são, porque são nocivos e como podemos reduzi-los?

Gases de efeito de estufa: o que são, porque são nocivos e como podemos reduzi-los?

Gases de efeito de estufa: o que são, porque são nocivos e como podemos reduzi-los?

Reduzir os gases de efeito de estufa é essencial para a manutenção da vida na Terra, combatendo as alterações climáticas, aumentando a segurança alimentar e preservando as espécies. E está nas mãos de todos fazê-lo. Saiba como pode contribuir para a redução da sua emissão.

O que são os gases de efeito de estufa?

Conhecidos pela sigla GEE (ou GHG, em inglês, de greenhouse gases), os gases de efeito de estufa são substâncias gasosas naturalmente presentes na atmosfera que absorvem uma parte dos raios solares, redistribuindo-os sob a forma de radiação na atmosfera, impedindo a sua libertação para o espaço. Essenciais para a vida no planeta – sem eles a Terra seria gelada –, em excesso, os GEE são uma ameaça à preservação dos ecossistemas e das espécies.

O aumento dos GEE provoca o sobreaquecimento do planeta, o que se traduz num aumento da temperatura média, acelerando as mudanças climáticas. É por isto que cada vez mais assistimos a secas extremas (caso de Portugal atualmente), incêndios descontrolados, inundações arrasadoras, tornados, ou morte de animais (em três dias, em 2020, morreram 4500 raposas-voadoras-de-cabeça-cinzenta, num parque australiano, devido ao calor excessivo, e este é apenas um de vários exemplos).

Entre os principais gases de efeito de estufa contam-se o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, capazes de permanecer na atmosfera durante períodos de até 1000 anos, 10 anos e 120 anos respetivamente, de acordo com a ONU. É precisamente aqui que jaz o problema: a atividade humana é responsável pelo aumento – e consequente desequilíbrio – destes gases na atmosfera. A começar pelo uso de combustíveis fósseis como o petróleo, carvão e gás natural, cuja utilização para produção de energia elétrica, para os transportes e aquecimento liberta CO2. Já a extração destes combustíveis e os aterros de lixo são responsáveis por 55% das emissões de metano de responsabilidade humana – 32% das emissões de metano estão ligadas ao gado bovino, ovino e outros ruminantes; a decomposição de estrume e o cultivo de arroz são outra fonte deste gás, de acordo com a mesma fonte. A agricultura está também ligada às emissões de óxido nitroso, devido sobretudo ao uso de fertilizantes.

O que podemos fazer?

Não é preciso fazer muitas contas para perceber que a nossa atividade atual está a ter consequências devastadoras no planeta e que as mudanças climáticas são nossa responsabilidade. Cabe-nos por isso contribuir para a redução das emissões de gases de estufa e, consequentemente, ajudar a combater as alterações climáticas. O planeta agradece; as gerações futuras também.

  • Poupe energia elétrica – Apagar as luzes desnecessárias em casa, optar por lâmpadas economizadoras LED, aproveitar a luz natural o mais possível, desligar os aparelhos que não está a usar (evite deixá-los em standby, já que continuam a gastar energia), são hábitos que deve adotar para poupar energia o quanto antes. Não menos importante, na hora de trocar ou adquirir novos eletrodomésticos, prefira os de classe mais eficiente (classe A).
  • Torne a sua casa mais eficiente – Tornar a casa mais sustentável e eficiente, através da instalação de painéis solares, de termoacumuladores ou de janelas próprias para o efeito ou isolamento térmico, por exemplo, permite tornar a casa mais confortável durante todo o ano e, melhor ainda, reduzir a fatura da eletricidade. Muitas destas obras podem ainda ser comparticipadas ao abrigo de programas como o Edifícios Mais Sustentáveis. Informe-se. 
  • Evite usar carros como meio de transporte – Prefira os transportes públicos ou a chamada mobilidade suave (bicicletas, trotinetas, e-scooters, etc.) para as deslocações curtas diárias. Evite o mais possível transportes a combustíveis fósseis, privilegiando a mobilidade elétrica. Aposte em bicicletas elétricas e na hora de trocar o seu automóvel ou moto, prefira os veículos elétricos ou elétricos plug-in, com incentivos fiscais.
  • Recicle, reutilize, repare, renove – Separe o lixo e recicle-o o mais possível, utilizando os devidos contentores para o efeito: das embalagens de plástico a óleo alimentar usado, pilhas e pequenos eletrodomésticos são muitos já os ecopontos disponíveis. Procure ainda reduzir a quantidade de embalagens de utilização única em casa: leve os próprios recipientes para takeaway ou compras granel, que lhe permitem ainda comprar o que precisa e reduzir o desperdício. Use sacos e garrafas reutilizáveis no dia a dia.

Pense antes de deitar fora eletrodomésticos, vestuário, calçado e outros artigos; muitas vezes compensa arranjá-los ou dar-lhes uma nova vida.

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  • Poupe água – Em situação de seca extrema, que se prevê piorar nos próximos tempos, é urgente poupar este recurso cada vez mais escasso. E gestos tão simples como manter a torneira fechada enquanto se lavam os dentes ou se toma duche e usar as máquinas de lavar apenas na máxima capacidade, fazem já bastante diferença. Certifique-se sempre de que fecha bem as torneiras e instale redutores de caudal nas mesmas. Banhos de imersão são também de evitar. Aproveite a água que corre até chegar quente à torneira e a água de lavar legumes para outras atividades, como regar as plantas que tem em casa ou lavar o carro (evite usar a mangueira e prefira lavá-lo com balde e esponja).


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  • Compre local e de época – Além de mais baratos, os hortícolas e a fruta são mais nutritivos e saborosos. Vindos de produtores locais, as emissões de CO2 fruto do transporte são menores, porque as distâncias são mais curtas. Estará também a promover a produção local, o que ajuda a comunidade.
  • Reduza o consumo de carne – A produção de carne e de animais para abate é responsável por 60% de todos os gases da indústria alimentar que causam o aquecimento global, segundo um estudo publicado no ano passado da revista Nature Food. Opte, por exemplo, pela segunda-feira sem carne, um movimento já global. No que toca ao peixe, prefira as espécies menos ameaçadas, que pode consultar no cartão SOS Oceano e o peixe identificado com o rótulo azul do Marine Stewardship Council.
  • Reduza o desperdício alimentar – Comprar a granel é uma das formas de evitar o desperdício deitando fora alimentos que não consumiu por entretanto se terem estragado. Muitos super e hipermercados já permitem esta modalidade, assim como mercearias e lojas desenvolvidas sob este conceito. Habitue-se a planear as refeições semanais com antecedência. Não menos importante, não se precipite a deitar fora alimentos por terem perdido a validade, veja aqui as nossas dicas.

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